Um ataque do Boko Haram, organização terrorista que atacou um posto militar na região de Diffa, foi repelido nesta quinta-feira (30/11) pelo Exército do Níger.
O confronto deixou 40 terroristas mortos e dois membros das forças armadas feridos. De acordo com uma fonte ligada ao exército nigerino, o ataque ocorreu durante a noite em Blabrine, no distrito de N’Guimi, no extremo sudeste do país, e os terroristas foram forçados a recuar depois de uma hora de “combates pesados”.
A mesma fonte disse que os terroristas cercaram silenciosamente o posto antes de lançar seu ataque com armas pesadas. Alertada sobre o ataque, uma patrulha do exército nos arredores de N’Guimi chegou como reforço e conseguiu repelir os terroristas.
Essa região específica fica próxima à fronteira compartilhada por Chade, Camarões e Nigéria, e é o território que, desde 2015, vem sofrendo o ataque do grupo extremista Boko Haram, cujos constantes ataques causaram a morte de milhares de pessoas, entre civis e militares.
Para combater o grupo terrorista, as quatro nações criaram uma força militar conjunta, com tropas dos quatro países. Essa força tem sido capaz de controlar o território e reduzir os ataques do grupo.
Recentemente, as forças militares francesas que tinham bases no território e apoiavam a luta contra o grupo, em decorrência de desentendimentos com o governo da nação africana, foram forçadas a deixar o país. Atualmente, está em andamento uma retirada gradual das tropas.
Este ano, grupos jihadistas naquele continente já conduziram, segundo o Pentágono, 6.756 ataques. Em outras palavras, desde que os Estados Unidos intensificaram as suas operações antiterroristas na África, o terrorismo aumentou 75.000%.
Exército Níger
Forças Armadas do Níger combatem grupos jihadistas em Diffa
Na África, os Estados Unidos lançaram uma campanha paralela no início da década de 2000, apoiando e treinando tropas africanas desde o Mali, no oeste, até à Somália, no leste, e criando forças por procuração que lutariam ao lado dos comandos americanos.
Para cumprir as suas missões, os militares dos Estados Unidos criaram uma rede de postos avançados em toda a camada norte do continente, incluindo importantes bases de drones – desde Camp Lemonnier e o seu posto satélite Chabelley Airfield, no país Djibuti, até à Base Aérea 201 em Agadez, Níger — e pequenas instalações com pequenos contingentes de tropas de operações especiais americanas em países que vão desde a Líbia e o Níger até à República Centro-Africana e ao Sudão do Sul.
Uma missão conjunta franco-americana-africana evitou um possível colapso total do Mali, mas empurrou os extremistas para áreas próximas das fronteiras do Burkina Faso e do Níger.
Desde então, essas nações do Sahel da África Ocidental têm sido atormentadas por grupos terroristas que evoluíram, fragmentaram-se e reconstituíram-se. Sob as bandeiras negras da militância jihadista, e armados com Kalashnikovs – regularmente invadem para aterrorizar, atacar e matar civis.
Estes ataques implacáveis desestabilizaram o Burkina Faso, o Mali e o Níger e estão agora afetando os seus vizinhos do sul ao longo do Golfo da Guiné. A violência no Togo e no Benin aumentou, por exemplo, 633% e 718% no último ano, segundo o Pentágono.