Thomas Eric Duncan, primeiro homem diagnosticado com ebola dentro dos Estados Unidos, morreu na quarta-feira (08/10). No dia seguinte, autoridades espanholas anunciaram que a auxiliar de enfermagem Teresa Romero, primeira contagiada com o vírus na Europa, está em situação “muito crítica”. Na noite de quinta, ainda foi anunciado um caso suspeito da doença no Brasil, o que aumentou alerta para outros países na América do Sul. A expansão do surto para outros continentes é o principal destaque desta semana em Opera Mundi.
Além do surto de ebola, outro assunto em pauta nos últimos dias foi a preparação para as eleições na Bolívia, que serão realizadas neste domingo (12/10) e escolherão presidente, vice-presidente, senadores e deputados no país. Candidato à segunda reeleição, Evo Morales desponta como favorito nas pesquisas de intenção de voto para vencer logo no primeiro turno.
Efe
Gestão de Evo Morales é aprovada por 79,7% da população, segundo pesquisa
De acordo com um documento lançado na terça (07/10) pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), a Bolívia é o país que mais crescerá na América Latina, junto com a Colômbia. No entanto, questões econômicas, infraestrutura e desafios sociais que persistem no país estão entre os pontos centrais da disputa do pleito.
Para essas eleições na Bolívia, cerca de 40 mil bolivianos que residem em São Paulo poderão votar. No total, 13 zonas eleitorais serão instaladas na região metropolitana de SP – que abriga 90% da comunidade boliviana do Brasil. A cidade de São Paulo é a segunda maior zona eleitoral fora da Bolívia, atrás apenas de Buenos Aires.
“Apesar de poder votar para eleições da Bolívia, seria mais importante votar no Brasil. Essa é uma luta dos imigrantes, pois, como moramos aqui há muito tempo, gostaríamos de participar da vida política. Sem direito ao voto, somos considerados cidadãos invisíveis para os políticos em São Paulo”, critica a Opera Mundi Luis Vasquez, presidente da Associação dos Empreendedores Bolivianos de SP.
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Outro destaque da América Latina nesta semana foi o massacre de estudantes no México, que evidencia ligações entre polícia e crime organizado, segundo o correspondente Federico Mastrogiovanni, na Cidade do México.
No dia 26 de setembro, 80 estudantes da escola rural para professores Raúl Isidro Burgos, da cidade de Iguala, viajavam em ônibus da empresa Costa Line. Eles estavam se organizando para coletar fundos para pagar a escola, uma das tantas instituições rurais que, no México, representam a única forma de obter um nível de educação aceitável para milhares de estudantes.
Quando já iam sair dali, alguns patrulheiros da polícia municipal quiseram parar a caravana, que não quis parar. Os policiais, então, começaram a disparar em direção aos ônibus. O saldo foi de seis mortos, três dos quais estudantes, e 20 feridos. Cinquenta e sete estudantes despareceram, sendo que 20 deles, como afirmam testemunhas oculares, foram levados à força por policiais.
Quase duas semanas depois, 43 estudantes ainda estão desaparecidos. Nas últimas semanas, foram expostos vínculos entre a polícia municipal de Iguala e o grupo criminoso conhecido como Guerreiros Unidos.
Estado Islâmico
No Oriente Médio, a temperatura continua a subir com a expansão do jihadismo. No momento em que o Estado Islâmico amplia sua influência na Síria e se aproxima da fronteira com a Turquia, o grupo extremista sunita busca impor leis próprias e garantir sua legitimidade na região. A novidade agora é que os jornalistas que trabalham nos territórios dominados pelo EI (Estado Islâmico) são obrigados a cumprir 11 “regras” estipuladas pelos militantes.
A ONG de notícias especializada no conflito Syria Deeply reportou na terça-feira (07/10) que houve uma reunião entre jornalistas e funcionários da assessoria de imprensa do EI, que explicaram como a cobertura midiática deveria ser realizada após o grupo tomar o governo da província síria de Deir el-Zor. Como condição de permanecer nos territórios controlados, os jornalistas devem respeitar 11 “regras” que limitam a atuação do profissional de imprensa nas regiões dominadas.
Carlos Latuff/ Opera Mundi