O líder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Rodrigo Londoño Echeverri – também conhecido como “Timochenko” –, declarou nesta segunda-feira (24/11) que o governo colombiano destruiu a confiança do processo de paz.
Para a liderança, as negociações “não poderão ser retomadas da maneira que estão”, já que as autoridades não estariam respeitando “as condições compactuadas com as FARC”. Essas exigências incluem a suspensão da atividade militar nas zonas previstas para a entrega dos prisioneiros, algo que, segundo o guerrilheiro, não está sendo cumprido.
Efe
Tropas do Exército da Colômbia em região sob controle das FARC: grupo acusa autoridades de descumprirem combinado
A guerrilha também afirmou que dois soldados – Paulo César Rivera e Jonathan Andrés Díaz, capturados no dia 9 de novembro no departamento de Arauca, devem ser libertados nesta terça (24/11).
Se o processo de libertação ocorrer sem complicações, é provável que as FARC anunciem em breve entrega de outros três “prisioneiros de guerra” que foram retidos na semana passada: o general Rubén Darío Alzate, o cabo José Rodríguez Contreras e a advogada Gloria Urrego.
Telesur
Soldados Paulo César Rivera e Jonathan Andrés Díaz foram capturados no início deste mês
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Na semana passada, o general Alzate foi capturado em um povoado do departamento de Chocó, junto com Rodríguez e Urrego, o que levou o governo colombiano a suspender os diálogos de paz com as FARC em Havana na segunda passada (17/11). No mesmo comunicado, o grupo também criticou a presença militar nessa região.
No sábado (22/11), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou que havia recebido as coordenadas das FARC para a libertação dos capturados. O chefe de Estado também havia sinalizado que, se a libertação fosse concretizada, as negociações poderiam ser retomadas na capital cubana.
Os diálogos de paz em Havana buscam por fim ao conflito armado que dura mais de 50 anos e já deixou mais de 200 mil mortos na Colômbia. A agenda das negociações é dividida em cinco grandes pontos. Ao longo dos dois anos, três já foram parcialmente negociados: a participação política para as FARC, o fim do comércio ilegal de drogas e a reforma agrária.
No entanto, o presidente colombiano ressalta que os dois últimos tópicos são mais complexos, que envolvem os direitos das vítimas do conflito armado e o desarmamento e a desmobilização da guerrilha.
Efe
Cartaz pede libertação de militares: com negociações ameaçadas, clima de tensão no país latino-americano