Um dia depois de o presidente Juan Manuel Santos dizer que espera concluir os diálogos de paz até o final deste ano, as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) declararam neste sábado (08/06) que as negociações “estão no limbo”.
Agência Efe
Por meio de um comunicado, a guerrilha responsabilizou Santos pelas dificuldades do processo. A principal crítica está relacionada ao fato de o presidente da Colômbia ter recebido em Bogotá o opositor venezuelano Henrique Capriles, que perdeu as eleições de abril para Nicolás Maduro, mas não reconheceu o resultado.
[O presidente Juan Manuel Santos durante viagem ao Reino Unido]
“Juan Manuel Santos sabia que sua provocação contra o governo legítimo da Venezuela cairia como um petardo na mesa de negociação de Havana [cidade onde a negociação pela paz no país é realizada], porque o tema da Venezuela, país acompanhante e facilitador do processo, é muito sensível às FARC”, argumenta o grupo. “Se não fosse a Venezuela, o diálogo de paz não teria ocorrido.”
No final de maio, depois da divulgação do encontro entre Santos e Capriles, Maduro ameaçou abandonar os diálogos de paz do país vizinho por ter “perdido a confiança” no presidente colombiano.
Nesta sexta-feira (07/06), porém, ele voltou atrás, disse a Venezuela continuará no processo e que poderá se reunir pessoalmente com Santos. Tal iniciativa está sendo intermediada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As FARC também criticaram o desejo colombiano de integrar a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). “É contraditório que um presidente queira entrar para a história fazendo a paz, propiciando ao mesmo tempo uma série de atentados contra a paz.”
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