As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) afirmaram nesta sexta-feira (01/03), em Havana, que “nunca um processo de paz tinha avançado tanto”, mas ressaltaram que os acordos sobre a questão agrária na mesa de negociação com o governo ainda estão sendo construídos.
“Ainda não há acordos, estamos trabalhando na construção de um acordo conjunto”, declarou à imprensa o número dois das FARC e chefe de sua delegação de paz, Luciano Marín Arango, conhecido como “Ivan Márquez”.
Como é habitual cada vez que termina uma rodada da mesa de diálogo, o governo e as FARC ofereceram separadamente suas avaliações sobre a situação do processo.
Pela primeira vez desde que começaram os diálogos de Havana, no último dia 19 de novembro, a equipe negociadora do presidente Juan Manuel Santos falou hoje em acordos.
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“Passamos das aproximações aos acordos sobre um processo de desenvolvimento rural profundo”, assegurou o ex-vice-presidente Humberto de la Calle, representante do governo nas negociações.
Concretamente, os negociadores avançaram no “desenho de instrumentos de recuperação de terras nas mãos de ilegais e acesso por parte dos camponeses que carecem dela ou que a possuem de maneira insuficiente”, e concordam na “necessidade de atualizar o cadastro rural e criar incentivos para uma melhor utilização do solo”.
Por outra parte, as FARC garantiram que estão dispostas a falar das vítimas do conflito colombiano, mas insistiram que neste tema “o Estado tem uma responsabilidade por ação ou por omissão”.
“Nós não projetamos ações contra a população civil”, disse Márquez, que insistiu que o tema das vítimas – outro dos pontos do roteiro do diálogo – será tratado na mesa de negociação quando chegar o momento.