Atualizada às 19h
O candidato à presidência da Argentina Alberto Fernández, companheiro de chapa da ex-presidente Cristina Kirchner, visitou nesta quinta-feira (04/07) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Após o encontro, Fernández afirmou que vê com muita preocupação a prisão do ex-mandatário e que não duvida da inocência do petista. “Para mim é uma alegria ver Lula. Lula é alguém muito importante para nós. Os argentinos temos um enorme reconhecimento por Lula e um enorme carinho por Lula. Sua prisão não é algo que nos passe despercebido”. disse.
Fernández ainda afirmou que “o que foi rompido no Brasil foi o Estado de direito, sou advogado, dou aulas na Universidade de Buenos Aires, escrevi livros sobre esse tema”. “Como eu sou um homem comprometido com o Estado de direito, porque faz 35 anos ensino direito, a verdade é que vou estar ao lado de Lula para tudo que seja necessário até que o sistema policial entenda deve respeitar os direitos e as garantias dos cidadãos e também de Lula”, afirmou.
O candidato ainda comparou o casos judicial de Lula com o de Kirchner, na Argentina, e de Rafael Correa, ex-presidente do Equador. “São os três lideres que, em algum momento, mudaram seus países, e nos três casos há um esforço [sobre] as provas. As provas, em sua interpretação, se forçam para poder condenar os presidentes”, afirmou.
Ricardo Stuckert
Candidato na chapa da ex-presidente Cristina Kirchner, Fernández afirmou que ‘Lula é vítima de uma prisão arbitrária’
Em sua visita, o candidato foi acompanhado pelo ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. Fernández também disse que conversou com o papa Francisco sobre a situação de Lula e a perseguição judicial que outros líderes progressistas da América Latina têm sofrido.
UE e Bolsonaro
O candidato ainda comentou sobre o acordo firmado entre Mercosul e União Europeia e prometeu revisar partes do acordo se for eleito no próximo pleito em outubro. “Se o acordo for como estamos imaginando, nós vendemos produtos primários e eles nos vendem produtos industrializados, então com certeza teremos que revisar partes desse acordo”, disse.
Sobre relações entre um possível governo Fernández/Kirchner com o Brasil sob Bolsonaro, o candidato disse que não teria outra possibilidade senão “estar de bem com Brasil”. “Brasil elegeu um presidente e eu tenho que respeitar isso, mas com o povo do Brasil só podemos estar de bem, só podemos fazer as coisas para estarmos unidos”.
Sobre o fato do presidente Jair Bolsonaro ter sugerido apoio à candidatura de Mauricio Macri, atual presidente da Argentina e candidato à reeleição, Fernández afirmou que “o melhor que Bolsonaro pode fazer por mim é falar mal de mim”.