Efe
Após reunião com o premiê espanhol, Peña Nieto (dir.) disse que estatização da YPF gera desconfiança
O candidato favorito para vencer as eleições presidenciais deste ano no México propôs nesta quarta-feira (18/04) a abertura da exploração de petróleo no país ao setor privado. Enrique Peña Nieto, do oposicionista PRI (Partido Revolucionário Institucional), defendeu a abertura do capital da Pemex, estatal mexicana que detém o monopólio da produção de petróleo e gás desde 1938.
“Tenho a intenção de promover reformas para permitir a participação do setor privado no México”, disse Peña Nieto, durante o Fórum Econômico Mundial – América Latina que aconteceu nesta semana na cidade mexicana de Puerto Vallarta. “Acho que o México perdeu tempo e tem que despartidarizar as decisões sobre energia justamente para incentivar a participação do setor privado, tanto na prospecção, exploração e refino”, complementou.
Segundo a imprensa mexicana, o candidato argumentou que a entrada da iniciativa privada permitiria à Pemex – que ele chamou de “empresa de todos mexicanos” – ter maior produtividade. Penã Nieto frizou, no entanto, que a propriedade e a gestão em matéria energética permaneceriam sob controle do Estado, o que indica a criação de uma empresa mista nos moldes da Petrobrás.
Peña Nieto chegou a citar o Brasil como exemplo de país que flexibizouo controle estatal sobre o setor de petróleo. “Isso não significa que o Estado perderá a propriedade dos hidrocarbonetos, pelo contrário”, disse. “Mas como vem fazendo outros países como Brasil e Colômbia, acredito que seria um passo decisivo para fortalecer a política energética”, complementou.
A ampla liderança nas pesquisas –ele teve mais de 40% das intenções de voto nos últimos levantamentos – parece ter dado a Peña Nieto a confiança para tratar do fim do monopólio estatal sobre o petróleo, tema bastante delicado no México. Criada em 1938, quando o país era governado pelo próprio partido de Peña Nieto (PRI), a Pemex é comumente vista como um patrimônio nacional intocável.
YPF
A recém-anunciada estatização pelo governo argentino da petrolífera YPF repercutiu com força no México, já que a Pemex é acionista minoritária da espanhola Repsol, que comprou a empresa argentina nos anos 1990. Além disso, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, visitou o país nesta semana e se reuniu com o atual presidente, Felipe Calderón e com os principais candidatos à Presidência.
Calderón disse que a expropriação foi ilegal e vai prejudicar os investimentos na Argentina. “A decisão mostra pouco senso de responsabilidade e racionalidade e claramente viola acordos e tratados de reciprocidade para proteção de investimentos”, afirmou.
O candidato esquerdista Andrés Manuel Lopez Obrador, por sua vez, evitou comentar o caso e disse ter discutido com Rajoy apenas sobre questões de economia e segurança. “Não sou partidário de fazer declarações sobre questões externas ao México ou a governantes estrangeiros”, pontuou.
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