Após meses de negociações, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta sexta-feira (28/01) que chegou a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para reestruturar o pagamento da dívida de US$44 bilhões (cerca de R$238 bilhões), contraída durante o governo do ex-presidente Maurício Macri, em 2018.
“Governar é um exercício de responsabilidade, tínhamos uma corda no pescoço e agora temos um caminho que podemos percorrer”, disse Fernández sem dar detalhes sobre o acordado.
O presidente afirmou apenas que, diferentemente dos acordos anteriores assinados pela Argentina, esse “não contempla restrições que atrasem o desenvolvimento, não restringe, não limita, não condiciona os direitos dos nossos aposentados, nem obriga a uma reforma trabalhista”.
Fernández declarou que é preciso crescer para poder pagar a dívida porque “não há outra maneira possível”. “Tínhamos uma dívida impagável que nos deixou sem presente nem futuro e agora temos um acordo razoável que nos permitirá crescer e cumprir nossas obrigações através do nosso crescimento”, comentou.
A dívida argentina com o FMI foi adquirida em junho de 2018, durante o governo Macri. O acordo inicial previa um empréstimo de US$57 bilhões (cerca de R$308 bilhões), mas os últimos US$11 bilhões não foram entregues, devido a que Fernández, já como presidente-eleito, evitou seu repasse.
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Montante havia sido emprestado em 2018 pela gestão Macri; acordo ‘não contempla restrições que atrasem o desenvolvimento’ do país, disse pre
Para ele, sem este entendimento com a instituição financeira, as possibilidades comerciais, econômicas e financeiras de que a Argentina necessita seriam seriamente limitadas.
É um acordo, disse o presidente, acrescentando que “podemos agir exercendo a nossa soberania e levar a cabo as nossas políticas de crescimento, desenvolvimento e justiça social”.
O mandatário ainda afirmou que é a “hora de nos unirmos nas soluções e não nos dividirmos nos problemas”, destacando também que “a história vai julgar quem fez o quê, quem eu acredito que seja um problema e quem o resolveu”.
Até o final de quinta-feira (27/01), o ministro da Economia, Martín Guzmán, estava reunido no Palácio de Hacienda com o representante argentino no FMI, Sergio Chodos, finalizando os detalhes do que Fernández anunciou esta manhã.
(*) Com Prensa Latina.