A jornalista Geraldine Roman é uma das candidatas favoritas a ganhar as eleições parlamentares filipinas pela província de Bataan, podendo se tornar a primeira política transgênero e primeiro membro da comunidade LGBT a participar do Congresso Nacional do país. O pleito ocorre na próxima segunda-feira (09/05).
“Minha lealdade é primeiro com o distrito de Bataan, mas o fato de que alguém como eu irá fazer parte do Congresso pela primeira vez mostra que até pessoas transgênero podem servir nosso país e não devem sofrer discriminação”, disse Roman à AFP nesta quarta-feira (04/05) após campanha na cidade Orani, em Bataan, que fica na região central da ilha de Luzon, parte do arquipélago filipino.
Reprodução Facebook/Geraldine Roman
Geraldine Roman deve se tornar primeira parlamentar LGBT das Filipinas
“Eu cresci aqui [Orani]. As pessoas me conhecem. Gênero só se torna um problema quando você o mantém em segredo. Não é algo ruim. Eu nunca magoei ninguém no processo. Eu estou tão feliz, por que deveria sentir vergonha?”, questionou ela.
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Os pais de Roman também eram políticos, tendo representado a província de Bataan durante anos no Congresso. Assim, Roman, candidata pelo partido Liberal — o mesmo do presidente filipino, Benigno Aquino —, é tida como favorita na região: ela afirma que dará continuidade às políticas sociais iniciadas por seus pais, como assistência médica e bolsas escolares.
“Eu votarei nela porque ela está se comprometendo a seguir a tradição dos pais de ajudar os pobres. Ela também é um ser humano. Nós todos temos direitos. Não é um problema pra mim o fato de ela ser transgênero”, disse o fazendeiro Bern Salenga à AFP.
Para a comunidade LGBT filipina, uma possível vitória de Roman seria uma oportunidade para o grupo. “Mesmo que ela seja uma só, ela fará barulho. Irá nos ajudar a tratar de questões geralmente ignoradas, como HIV e violência sexual”, disse à agência francesa um porta-voz da Rede de Advocacia Legislativa Lésbica e Gay.
Fortemente católica, as Filipinas proíbem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o divórcio e o aborto. Além disso, em 2001, o Congresso do país aprovou uma lei que proibe pessoas transgênero de fazerem a cirurgia de redesignação sexual e de mudarem seu nome de batismo para o nome social no registro oficial do país.