O FMI (Fundo Monetário Internacional) comemorou nesta quarta-feira (29/06) a aprovação do plano de ajuste por parte do Parlamento grego. O órgão descreveu a aprovação como uma “boa notícia” e uma medida “necessária”. A União Europeia, por sua vez, destacou que o país deu um “passo vital” para afastar-se de um “grave cenário de moratória”.
“A aprovação das medidas de austeridade que são o pilar do processo de ajuste planejado [pelo grupo conhecido como] 'Troika' (o FMI, a União Europeia e o Banco Central Europeu) é uma notícia positiva”, disse em entrevista coletiva o diretor-gerente interino do FMI, John Lipsky.
Lipsky defende o que descreveu como um programa de “ajuste estrutural”, que procura solucionar o “problema de competitividade” da economia grega.
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“O ajuste fiscal (na Grécia) é uma necessidade”, insistiu. Lipsky destacou que o déficit grego equivale ainda a 10% do PIB (Produto Interno Bruto), apesar dos fortes cortes implementados. De acordo com o dirigente, o “êxito e estabilidade” da Grécia é algo que interessa tanto à Europa quanto os Estados Unidos.
Europa
Os presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e do Conselho Europeu, Herman van Rompuy emitiram um comunicado em conjunto elogiando a decisão do parlamento grego. “Um segundo voto positivo acomoda o terreno para o desembolso do próximo lance de assistência financeira. Também permitiria acelerar a preparação de um segundo pacote de ajuda para que o país avance e se restaure a esperança da população”, afirma um trecho do documento.
“Com a aprovação por parte do parlamento grego do programa econômico revisado, o país deu um importante passo adiante na via da necessária consolidação fiscal e nas reformas estruturais que fomentem o crescimento”, ressalta a declaração.
O presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, insistiu nesta linha ao destacar que “o Parlamento grego cumpriu sua responsabilidade” e agora corresponde aos europeus “apoiar” os esforços dos gregos para que não se vejam em uma difícil situação pela “crescente dívida pública”.
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Buzek reconheceu que a decisão desta quarta-feira “não era fácil” e felicitou os deputados que mostraram uma “destacável liderança quando era mais necessário”, pois “este voto será visto nos próximos anos como um ponto de inflexão para a Grécia e a zona euro”.
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“Todos na UE estão no mesmo barco e, neste tempestuoso mar de turbulências financeiras, ficar debaixo da coberta não nos tirará da tempestade. Devemos atuar juntos na luta contra a crise da dívida”, ressaltou.
Histórico
Em uma votação apertada, o parlamento grego aprovou o pacote de austeridade com o apoio de 155 dos 300 membros do Parlamento. A vitória abre caminho para um impopular programa de cortes, altas de impostos e privatizações no valor de 78 bilhões de euros.
A aprovação era exigida como condição imprescindível para o desembolso de 12 bilhões de euros do próximo lance de ajuda da UE e do FMI para o governo da Grécia. Eles são necessários para que o país não caia em moratória durante o verão.
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O “sim” do Parlamento grego permitirá que a UE e o FMI avancem na preparação um segundo resgate para o país, além dos 110 bilhões de euros que foram concedidos em maio de 2010. Segundo o primeiro-ministro heleno, Giorgos Papandreou, ele pode chegar a um número similar ao do primeiro resgate.
Uma vez obtida a aprovação parlamentar de ambos os textos legislativos, está previsto que os ministros das Finanças da zona do euro desbloqueiem o quinto lance de ajudas em reunião extraordinária que será realizada no próximo domingo; enquanto os detalhes do segundo resgate podem ser fechados na reunião de 11 de julho.
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