Aos gritos de “Fora, Moreno!”, um grupo de manifestantes ocupou na tarde desta terça-feira (08/10), por um breve período, uma parte da Assembleia Nacional do Equador, em Quito, capital do país. Pouco tempo depois, a polícia em conjunto com as Forças Armadas retirou os equatorianos que estavam no local e retomou o controle do Parlamento.
A região da Assembleia estava protegida com grades e forte esquema policial. Os manifestantes estavam ao redor protestando contra o pacote econômico acertado entra o presidente do país, Lenín Moreno, e o FMI. A população também pede o fim do subsídio aos combustíveis.
Mesmo com proteção, os equatorianos conseguiram passar e entraram pela parte central da sede. Segundo o jornal El Telégrafo, cerca de sete pessoas chegaram até o terraço da Assembleia Nacional. O jornal disse que na noite de segunda-feira (07/10) houve uma outra tentativa de ocupação no local.
De acordo com testemunhas, a polícia fez disparos de bombas de gás lacrimogênio para dispersar o protesto.
Leia também:
Ex-presidente Rafael Correa pede renúncia de Lenín Moreno e eleições antecipadas no Equador
Equador: indígenas marcham rumo ao palácio presidencial em Quito
Acuado, presidente do Equador deixa Quito e transfere sede do governo para Guayaquil
Equador: insurreição contra o pacote neoliberal
Magnitud de movilización del movimiento indígena junto a trabajadores, estudiantes, y más sectores lograron tomarse el interior de la @AsambleaEcuador, se registró fuerte represión, al momento existen heridos por bombas lacrimógenas y disparos a la población. #SosEcuador pic.twitter.com/QqWzBjb6Zs
— CONAIE (@CONAIE_Ecuador) October 8, 2019
Reprodução
Manifestantes protestam contra pacote econômico de Lenín Moreno
Protestos e estado de exceção
Os sindicatos de trabalhadores e o movimento indígena do Equador, junto a outros grupos da sociedade civil organizada, convocaram no último sábado (05/10) uma greve a nível nacional para o próximo dia 9 de outubro e anunciaram um estado de mobilização permanente até que Moreno desista do pacote de arrocho econômico.
As manifestações no Equador começaram logo após o presidente anunciar o fim dos subsídios nos combustíveis, devido ao acordo de US$ 4,2 bilhões firmado em fevereiro com o FMI, que prevê reformas tributárias, trabalhistas e monetárias no país.
Os protestos levaram Moreno a decretar um estado de exceção em todo o país, por 60 dias. Pelo menos 379 pessoas foram presas desde a noite da última quinta (03/10) – dentre os quais, vários líderes dos sindicatos de transporte.
Segundo a polícia equatoriana, já foram presas mais de 470 pessoas, incluindo líderes de movimentos populares e dirigentes sindicais.