Forças pró-Haftar ordenam bloqueio de terminais de petróleo
Informação foi revelada pela Companhia Nacional de Petróleo (NOC), citada pela TV do Catar, que afirmou que 'interromperá todas as exportações de petróleo de todos os portos e terminais do centro e leste do país'
As forças do marechal Khalifa Haftar, que chefia o Exército Nacional da Líbia, ordenaram neste sábado (18/01) o bloqueio dos mais importantes terminais de petróleo da Líbia.
A informação foi revelada pela Companhia Nacional de Petróleo (NOC), citada pela TV do Catar, que afirmou que “interromperá todas as exportações de petróleo de todos os portos e terminais do centro e leste do país”.
Em um comunicado, a NOC informou ainda que a medida atingirá os portos de Brega, Ras Lanuf, Al-Sedra e Al-Hariga e fará a produção nacional cair de 1,3 milhão de barris diários (mbd) para 500 mil bd, uma perda de cerca de US$47 milhões por dia.
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Segundo a imprensa local, o bloqueio foi ordenado por dois comandantes de Haftar: Naji Al-Maghrabi, chefe dos Guardas das Usinas de Petróleo (Pfg), e um “comandante da sala de operações Sirte”, cuja identidade não foi revelada.
Mais cedo, a missão da ONU na Líbia já havia expressado “profunda preocupação com os atuais esforços para interromper ou comprometer a produção de petróleo do país”.
Reprodução
Segundo a imprensa local, o bloqueio foi ordenado por dois comandantes de Haftar
“Este movimento teria consequências devastadoras antes de tudo para o povo líbio que depende do livre fluxo de petróleo”, diz o comunicado.
O bloqueio dos terminais de petróleo ocorre um dia antes da cúpula de Berlim para tentar pacificar a Líbia, que desde 2011 é palco de conflitos entre milícias.
Além de Haftar, a conferência contará com a presença do primeiro-ministro líbio, Fayez al-Sarraj, da chanceler alemã, Angela Merkel, dos presidentes da França, Emmanuel Macron, da Rússia, Vladimir Putin, do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, assim como o mandatário da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Neste sábado, inclusive, Erdogan alertou a comunidade internacional que se o governo legítimo” em Tripoli, chefiado por Sarraj, cair há um risco de “criar um terreno fértil para o terrorismo”.
“A Europa terá que enfrentar uma série de novos problemas e ameaças caso o governo legítimo da Líbia fracasse”, afirmou o líder turco, em um artigo publicado neste sábado.
“Organizações terroristas como o Estado Islâmico ou Al-Qaeda, que foram derrotadas na Síria e no Iraque, encontrarão um terreno fértil para se recuperar”, finalizou.