O Brasil e a França já entraram em fase final de negociação para a compra de 36 caças de combate Rafale, submarinos convencionais e helicópteros, além de importação de tecnologia de segurança, em um investimento total de 37 bilhões de reais. Hoje (8), o presidente do grupo privado francês Safran, Jean-Paul Herteman, que acompanhou o presidente Nicolas Sarkozy na visita ao Brasil, explicou para empresários brasileiros que o acordo entre os dois países está praticamente fechado, restando apenas “detalhes contratuais”. Somente o negócio com o Rafale está avaliado em 5 bilhões de euros. A primeira aeronave deve ser entregue em 2013.
O acordo entre o Brasil e a França contempla também “transferência de tecnologia”, com objetivo de acelerar o controle dos aeroportos e portos do Brasil. Essa troca será feita por meio do conhecimento que as empresas francesas dispõem em tecnologia biométrica. Algumas medidas que podem ser tomadas estão relacionadas a mudanças no controle de bagagens nos aeroportos e identificação de passageiros por meio da íris, e não só das impressões digitais.
O investimento brasileiro na França é o mais elevado da história “feito de uma única vez, para um mesmo mercado”, completou João Doria Junior, presidente do grupo de líderes empresariais brasileiros, o Lide.
Em troca, a França comprará aproximadamente uma dúzia de aviões de transporte militar KC-390, que serão fabricados no Brasil pela Embraer, em um contrato avaliado em 500 milhões de euros, disse Herteman. Segundo ele, o acordo levará pelo menos seis meses para ser concluído.
Caças Rafale
Quanto à escolha brasileira sobre o tipo de aeronave Rafale, Jean-Paul Herterman, presidente do grupo que reúne os produtores de peças de aviação francesa e desenvolvem pesquisas em tecnologia de segurança e biometria, defendeu as vantagens do modelo. Ele respondeu às críticas de que o preço estabelecido para o equipamento o torna muito caro, afirmando que o caça tem baixo custo de operação e boa performance.
A França, que estava buscando o primeiro comprador dos jatos Rafale no exterior, disputou com Estados Unidos e Suécia a venda de 36 aviões para renovação da força aérea brasileira. O Rafale, fabricado pela Dassault Aviation, estava concorrendo com o F/A-18E/F Super Hornet, da Boeing, e com o Gripen, da sueca Saab.
Submarinos
Além das negociações relacionadas à Defesa e à Aeronáutica, o Brasil também tem acordo com a França para a produção de helicópteros e submarinos convencionais.
A empresa francesa DCNS, escolhida como parceira pela Marinha brasileira, informou hoje, por meio de nota, que já foram assinados os contratos para o fornecimento de quatro submarinos convencionais e para um programa de transferência de tecnologia.
Enquanto o presidente do Grupo Safran não soube precisar quantos empregos serão criados a partir do acordo na aviação e na área de pesquisa, o Ministério de Defesa do Brasil afirmou que a previsão da DCNS é que o projeto gere 700 postos de trabalho, por um período de 15 anos, para recepção do material importado da França e para manutenção das máquinas que será feita no Brasil.
De acordo com o Ministério da Defesa, o acordo prevê que os quatro submarinos convencionais sejam “concebidos em cooperação com as equipes brasileiras dirigidas pela autoridade de concepção do DCNS”. Segundo fontes do ministério, o primeiro submarino convencional deverá ser concluído em 2015 e iniciará o serviço operacional em 2017.
Os submarinos, afirma o governo brasileiro, têm melhor capacidade de patrulha nos campos de pré-sal – afastados da costa e que podem render bilhões de barris de petróleo nas próximas décadas.
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