Números da economia européia divulgados hoje (15) mostram que a desaceleração continua afetando todos os países do continente, com destaque para Alemanha e França, que entrou oficialmente em recessão. O PIB (Produto Interno Bruto) francês caiu 1,2% nos primeiros três meses deste ano, somando seis meses consecutivos de queda, o que configura recessão. O FMI (Fundo Monetário Internacional) e a Comissão Europeia (CE) calcularam que a economia francesa cairá 3% em 2009, o dobro do que havia sido previsto pelo governo.
Na França, o setor automotivo e as exportações foram os mais afetados com a crise econômica. O único indicador positivo foi o consumo interno, que manteve uma alta de 0,2%, igual ao trimestre anterior.
Dados sobre os primeiros três meses deste ano mostram que a economia alemã, a mais desenvolvida da região e quarta maior do mundo, sofreu nos três primeiros meses deste ano a maior contração desde o final da Segunda Guerra Mundial, de acordo com o Destatis, o instituto federal de estatísticas. O PIB alemão caiu 3,8% entre janeiro e março na comparação com o último trimestre do ano. Em relação ao mesmo trimestre de 2008, a queda do PIB alemão foi de 6,7%. Em recessão desde o terceiro trimestre do ano passado, a Alemanha viu suas exportações, a base de sua economia, minguarem.
O Reino Unido viu sua economia recuar 1,9% nos três primeiros meses do ano, maior recuo desde 1979. Trata-se da primeira vez que o PIB do Reino Unido cai acima de 1% por dois trimestres consecutivos desde que os dados começaram a ser coletados, em 1948.
Segundo o ONS (Escritório Nacional de Estatística, na sigla em inglês), o período de janeiro a março deste ano marcou também o terceiro trimestre consecutivo de contração do PIB britânico, que já havia retrocedido 0,7% no terceiro trimestre do ano passado.
Para economistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, o primeiro trimestre de 2009 é o pior momento desta crise econômica. “Os recentes dados sobre o PIB mostram que a 'grande recessão' está em curso”, afirmou Alexander Koch, economista do banco UniCredit.
As avaliações são de que as economias chegaram ao ponto mais crítico da crise, considerada a pior desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45). “Estamos em algum lugar perto do pico das taxas de desemprego [na Europa] e podemos dizer, com certeza, que o primeiro trimestre foi o pior momento da recessão em termos de quedas.”
Segundo a Eurostat, a agência europeia de estatísticas, mais de 20,1 milhões de pessoas estavam desempregadas em toda a União Europeia, 4 milhões de pessoas a mais que em 2008. Na zona do euro, são 14,1 milhões de desocupados.
PIB da UE também cai
O Produto Interno Bruto da zona do Euro e da União Europeia (UE) caiu 2,5% nos três primeiros meses do ano, a maior queda desde que esta estatística começou a ser registrada, em 1995.
Em comparação com o primeiro trimestre de 2008, houve uma diminuição de 4,6% no PIB da região que utiliza a moeda, e de 4,4% nos 27 Estados-membros da União Européia – os piores índices já registrados, de acordo com o escritório estatístico comunitário Eurostat.
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