Centenas de trabalhadores da Bolívia bloquearam nesta quarta-feira (11/05) as ruas do centro da capital, La Paz, para exigir que o governo de Evo Morales não desconte de seus salários os dias não trabalhados durante uma greve realizada em abril.
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Os manifestantes, em sua maioria professores e trabalhadores da saúde, saíram às ruas ontem após um chamado da COB (Central de Trabalhadores Boliviana). A entidade afirma que o não corte de ponto dos funcionários públicos durante um período de greve é um direito trabalhista.
A manifestação ocorreu no período da tarde, após o horário de trabalho oficial, para evitar que os trabalhadores tivessem mais descontos no salário.
A greve que professores da rede pública e trabalhadores da saúde pública realizaram em abril conseguiu levar o governo a aumentar os salários de 10% a 12% e barrou um decreto de 1985 que implantava o modelo econômico de livre-mercado na Bolívia.
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No dia 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador, Morales promulgou um decreto anulando o mecanismo de livre-mercado, mas também anunciou os descontos nos salários dos grevistas. Ontem, os professores do ensino público receberam seus holerites com os respectivos descontos.
Por conta disso, a COB indicou que vai voltar a mobilizar os trabalhadores da rede pública e anunciou uma manifestação para amanhã. Dirigentes sindicais também assinalaram que, na próxima semana, serão realizados piquetes com greve de fome e bloqueios de vias de acesso em vários pontos do país.
Apesar dos indicativos da central trabalhista, Morales reafirmou que não voltará atrás em sua decisão.
A mobilização de ontem contou também com um grupo de aposentados filiados à Confederação Nacional de Aposentados pelo Novo Sistema de Pensões, que exigem um aumento de 6,5% em suas rendas. Eles realizaram uma marcha de 100 quilômetros em La Paz que bloqueou as vias de acesso às cidades do interior.
Eles rejeitaram, na tarde de ontem, um convite feito pelo governo para negociar. “Se o governo quer negociar, tem que vir à rua”, disse o secretário-executivo da confederação, Néstor Muñoz, em uma entrevista por telefone para a Rede Erbol.
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