A Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) argentina lidera nesta quarta-feira (24/02) uma mobilização nacional contra as demissões em massa no funcionalismo público promovidas pelo governo de Mauricio Macri.
Além da ATE, outros grupos sindicais e organizações kirchneristas e de esquerda participam das manifestações realizadas em diversas cidades do país, que também apresentam o repúdio dos movimentos sociais ao novo protocolo de segurança aprovado na última semana que pretende restringir os protestos em vias públicas na Argentina.
Leia também: Demissões em massa reabrem debate sobre vulnerabilidade do funcionalismo público na Argentina
Agência Efe
Manifestantes no centro de Buenos Aires nesta quarta-feira (24/02)
“Estamos participando desta jornada de luta em apoio às demandas dos trabalhadores estatais, que vêm sofrendo dezenas de milhares de demissões em todo o país, que serão multiplicadas com a nova onda de demissões anunciada pelo Ministério da Modernização”, declarou Nicolás del Caño, que foi candidato à Presidência nas últimas eleições pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT).
Caño se referia ao anúncio de Andrés Ibarra, titular da pasta, que afirmou na terça-feira (23/02) que o governo está analisando outros 25 mil contratos de trabalho no setor público iniciados nos últimos três anos e que novas demissões devem acontecer.
NULL
NULL
Em reiteradas declarações, funcionários do governo Macri enfatizam que os demitidos eram “nhoques”, termo utilizado na Argentina para definir funcionários fantasma.
O usuário @Despidometro no Twitter contabiliza os demitidos do Estado desde o dia 10 de dezembro, data da posse de Mauricio Macri como presidente da Argentina. Segundo o perfil, até esta quarta-feira (24/02) mais de 26 mil pessoas perderam seus empregos no setor público no país.
Além da demanda trabalhista, Hugo Godoy, presidente da ATE, ressaltou o repúdio ao protocolo de segurança para manifestações, que ele classificou como “inconstitucional”. Segundo o jornal argentino La Nación, apesar do novo protocolo já estar em vigor, a polícia não atuou para conter os protestos realizados em diversos pontos de Buenos Aires nesta quarta-feira.
Agência Efe
Manifestantes no centro de Buenos Aires nesta quarta-feira (24/02)