Em sua declaração final, a Cúpula do G77+China destacou a importância da tecnologia para o desenvolvimento, os impactos da mudança climática e defendeu uma reforma do sistema econômico internacional. O evento terminou neste sábado (16/09) em Havana, a capital de Cuba, e contou com a presença do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e outros presidentes da América Latina, África e Ásia.
“Salientamos a necessidade urgente de uma reforma abrangente da arquitetura financeira internacional e de uma abordagem mais inclusiva e coordenada à governação financeira global, com maior ênfase na cooperação entre países, nomeadamente através do aumento da representação dos países em desenvolvimento nos órgãos globais de decisão e de elaboração de políticas que contribuirá para aumentar as capacidades dos países em desenvolvimento para acessar e desenvolver a ciência, a tecnologia e a inovação”, diz a Declaração de Havana.
Na declaração final da cúpula, também há uma critica contra os “monopólios digitais’ e “outras práticas desleais que dificultam o desenvolvimento tecnológico dos países em desenvolvimento”.
Além disso, o texto ataca as “sanções” e “ações econômicas coercitivas” contra países em desenvolvimento. “Enfatizamos que tais ações não só prejudicam os princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e no direito internacional, mas também impedem gravemente o avanço da ciência, da tecnologia e da inovação e a plena realização do desenvolvimento econômico e social, particularmente nos países em desenvolvimento.”
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou na abertura da cúpula, na sexta-feira (16/09), que um dos objetivos do evento era buscar posições comuns para que os países do Sul Global levassem seus pleitos para outros fóruns internacionais. No mesmo dia, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, ressaltou que “os sistemas e as estruturas globais falharam” com os países do Sul Global.
Ricardo Stuckert
Presidente Lula participou da cúpula do G77 em Havana, capital cubana
Lula: Cuba é vítima de um embargo econômica ilegal
O presidente Lula criticou neste sábado, durante discurso na cúpula, as sanções impostas pelos Estados Unidos contra Cuba, defendeu a reformulação do sistema de governança global e também questionou as empresas de tecnologia.
“É de especial significado que, nesse momento de grandes transformações geopolíticas, essa cúpula seja realizada aqui em Havana. Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa e até é vítima de um embargo econômica ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”, destacou o petista.
Em sua fala, Lula também defendeu que o G77 tem sido “um vetor de importantes mudanças nas instituições multilaterais” ao expor “as anomalias do comércio global”.
Ainda neste sábado, Lula tem prevista uma reunião bilateral com o presidente de Cuba. No final do dia, o líder petista embarca para Nova Iorque, onde participará da Assembleia Geral da ONU, na terça-feira (19/09), e tem prevista uma reunião com o presidente dos EUA, Joe Biden, na quarta-feira (20/09).
(*) Com Brasil de Fato.