O presidente do Chile, Gabriel Boric, subiu sua popularidade em oito pontos percentuais após apresentar seu primeiro balanço de gestão. De acordo com a última pesquisa realizada pela empresa Cadem na primeira semana de junho, Boric teria 44% de aprovação popular e 47% de rechaço.
Um salto positivo para o governo que na segunda quinzena de maio possuía 56,8% de reprovação popular de acordo com a pesquisa Pulso Cidadão. Boric é o presidente chileno com o maior salto de aprovação nos primeiros meses de governo desde a gestão de Michelle Bachelet, em 2014.
O fator decisivo para o recente aumento da popularidade teria sido a primeira “prestação de contas” do governo, realizada na última quarta-feira (01/06), no Congresso. Cerca de 68% dos entrevistados asseguraram que assistiram às declarações do mandatário e 63% avaliaram como muito boas.
Durante seu discurso, Boric anunciou cinco eixos centrais do governo: direitos sociais, melhor democracia, justiça e segurança, meio ambiente e crescimento inclusivo.
Uma das propostas foi o “Plano Menos Armas, Mais Segurança”, que inclui uma reforma da polícia, os chamados Carabineros, e a proibição total do porte de armas. O chefe de Estado pediu apoio para aprovar novas leis que aumentem a fiscalização contra o tráfico de drogas e de armamento.
Para sanar a situação de violência no sul do país, que permanece sob intervenção das Forças Armadas, o presidente chileno anunciou uma nova Política Nacional de Zonas Extremas para descentralizar a gestão e “fomentar o desenvolvimento territorial nas zonas extremas do país”, disse.
Sobre esse ponto, assegurou que irá respeitar a autoridade e instituições próprias dos povos indígenas.
Boric também anunciou um conjunto de 60 medidas para impulsionar a “mudança do caráter do Estado chileno”, entre elas está a lei sobre Mudança Climática, aprovada no Dia Mundial do Meio Ambiente.
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Boric prometeu impulsionar a "mudança do caráter do Estado chileno"
Também prevê uma reforma tributária, aumentando impostos sobre patrimônios e grandes fortunas, assim como uma Estratégia Nacional de Integridade Pública, que prevê a regulação do lobby no Congresso para “evitar conflitos de interesse da função pública”.
Prometeu um investimento de US$ 90 milhões em exploração mineira e US$ 86 milhões em inovação e tecnologia para promover o aumento da produtividade numa taxa de 1,5% ao ano, tendo como pilar a criação da Empresa Nacional de Lítio.
“O mundo necessita do Chile […] temos oportunidades como nunca antes para dar um salto definitivo ao desenvolvimento inclusivo”, disse.
Ainda defendeu a realização de uma reforma da previdência, garantindo uma pensão mínima de 250 mil pesos chilenos (cerca de R$ 1470) a todos aposentados.
Nova constituição
As últimas pesquisas de opinião também apontam uma maior aprovação da nova Constituição, faltando menos de três meses para a realização do plebiscito. Segundo a pesquisa Cadem, 42% dos entrevistados afirmam que pretendem votar pela aprovação da nova Carta Magna, escrita pela Convenção Constitucional.
Além disso, 50% disse que acredita que vencerá o “aprovo” no plebiscito do dia 4 de setembro, enquanto cerca de 13% dos entrevistados diz que ainda não sabe opinar.
O governo de Boric já discute alternativas para implementar projetos de lei contidos na nova constituição, caso o texto completo não seja referendado pela população chilena.