Dois jovens manifestantes palestinos morreram e outros nove ficaram feridos por ação de soldados israelenses na Faixa de Gaza neste sábado (10/10). Desde o começo do mês, já morreram 20 palestinos e quatro israelenses em decorrência da nova onda de violência na região.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al Qidra, afirmou hoje que três palestinos ficaram feridos em um protesto no leste da Cidade de Gaza e os outros seis ao leste de Khan Yunes.
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Agência Efe
Jovens palestinos carregam colega ferido
A maior parte dos enfrentamentos ocorreu ao longo da jornada contra o kibutz israelense Nahal Oz, do lado palestino do muro que separa os territórios e onde está a passagem de Erez.
Os confrontos de hoje ocorrem após a morte de sete manifestantes palestinos após disparos das forças de segurança de Israel em circunstâncias similares na mesma região, incidente que deixou mais de cem feridos.
Crimes de guerra
Diante das mortes e quantidade de palestinos feridos após tiros disparados pelas forças de segurança de Israel em vários protestos em Gaza, o movimento islamita Hamas acusou Israel de cometer “crimes de guerra”.
Agência Efe
Palestino corre após soldados israelenses arremessarem bombas de gás contra manifestantes
O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse em comunicado que é “óbvio” pelo alto número de vítimas que os soldados israelenses “usaram uma munição especial que só mata” e destacou que “todas as vítimas receberam tiros na cabeça ou no pescoço”.
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“Esses crimes de guerra estão claros depois das execuções de jovens mulheres e homens pelas forças de ocupação, não só na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia e Jerusalém”, acrescentou.
“O silêncio do mundo sobre esses crimes é condenável. Esse silêncio significa que o mundo legaliza estas práticas criminosos”, ressaltou Zuhri, destacando que a indiferença “nos obriga a fazer o que for necessário para defender nosso povo”.
Intervenção da ONU
O governo palestino, por sua vez, pediu neste sábado a intervenção da ONU para proteger a população civil de Israel em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, após a onda de violência que abala a região.
“É urgente garantir imediatamente a proteção da população civil palestina indefesa, em cumprimento das obrigações do direito internacional humanitário”, diz uma carta enviada ao Conselho de Segurança pelo embaixador da Palestina na ONU, Riad Mansour.
O texto expõe a situação dos palestinos frente ao que chama “castigo coletivo” de Israel “contra a população civil sob ocupação”: “As vítimas e os feridos palestinos, incluindo mulheres e crianças, estão crescendo tragicamente”, explica o documento sobre a situação em Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Gaza.
Mansour também lembra no documento a recente convocação feita pelo prefeito israelense de Jerusalém, Nir Barkat, que pediu às pessoas com porte de armas as levem para as ruas.
Agência Efe
Soldado israelense toma posição durante protesto
Para o embaixador palestino, trata-se de uma “provocação” e uma “incitação” que só serve para agravar a situação e “acrescentar tensão” junto com a proibição da entrada de fiéis muçulmanos na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, onde está o complexo de Al-Aqsa, um dos principais locais sagrados do Islã.
Segurança
Diante do atual cenário, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou um aumento do efetivo da polícia e da guarda de fronteira com mais 13 companhias, além das três disponibilizadas recentemente.
“Ao longo do fim de semana, o primeiro-ministro pediu aos oficiais que reforçassem maciçamente as forças policiais e a guarda e que mobilizassem unidades de reserva adicionais”, explica uma nota do escritório de Netanyahu, que classifica a decisão de “preventiva” e “dissuasória”.
Nos últimos três dias, foram registrados 13 esfaqueamentos ou tentativas de esfaqueamento, 12 deles de palestinos contra israelenses e um no qual um ultradireitista judeu atacou e feriu quatro árabes, dois israelenses e dois palestinos.
(*) com informações da Agênia Efe