O novo pacote de medidas anunciado pelo governo argentino, comandado pelo presidente ultradireitista Javier Milei, prevê “tolerância zero” e “sanções severas” a manifestantes que bloqueiem parcial ou totalmente as ruas do país.
Divulgado pela ministra de Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, na quinta-feira (14/12), o protocolo ameaça prender os “piqueteros” que dificultem a circulação da população no país sob o argumento da “manutenção da ordem pública”.
“É hora de acabar com essa metodologia de protesto que a única coisa que consegue é gerar desordem absoluta e penaliza aqueles que querem continuar com suas vidas de uma forma normal e em paz”, afirmou Bullrich à respeito da decisão.
A ministra argentina chegou a publicar um vídeo abordando os pontos principais do anúncio. Para a legenda, escreveu: “quem as faz, as paga”.
EL QUE LAS HACE LAS PAGA pic.twitter.com/ijtfmU3upr
— Patricia Bullrich (@PatoBullrich) December 15, 2023
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Patricia Bullrich anuncia ‘tolerância zero’ a manifestantes que dificultem circulação da população em protestos
A medida adotada pela gestão Milei é avaliada como um preparo para enfrentar a possibilidade de uma temporada de protestos contra o plano econômico apresentado pelo governo, considerado “drástico” ao incluir a desvalorização de cerca de 50% do peso argentino, além de cortes nas despesas públicas.
O protocolo inclui desde a repressão aos atos, com o uso mínimo da força, até as sanções contra financiadores dos “piqueteros”. Além disso, os manifestantes serão identificados e seus dados serão enviados para as autoridades competentes.
Em caso de participação de menores, incluindo crianças, quem sofrerá sanções serão seus respectivos responsáveis.
Já em relação à atuação das forças de segurança e a documentação de dados de figuras envolvidas nas mobilizações, a ministra argentina não chegou a dar detalhes.
O país prevê manifestações nos dias 19 e 20 de dezembro, convocadas por movimentos sociais, pelo aniversário do protesto contra a crise de 2001, que resultou na morte de 39 pessoas. Portanto, a expectativa é de que o primeiro teste do novo protocolo apresentado pelo governo MIlei seja aplicado em poucos dias.
(*) Com Ansa