Em sessão da Câmara dos Deputados argentina desta quarta-feira (27/04), a deputada do PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas) Myriam Bregman comentou a atual situação política no Brasil, afirmando que “a direita quer perpetrar um golpe institucional, que, caso seja concretizado pelo Senado do país, seria um gravíssimo antecedente para todo o continente”.
A declaração foi feita após a deputada propor uma moção no Congresso argentino “em repúdio ao golpe institucional que está em curso no Brasil”. A moção, entretanto, não teve o apoio de parlamentares governistas e não foi votada.
Reprodução YouTube/TV PTS
A deputada argentina Myriam Bregman propôs uma moção para 'votar em repúdio ao golpe no Brasil'
“Nem a Câmara dos Deputados, nem o chefe de Gabinete [Marcos Peña] se pronunciaram sobre o tema: um golpe no Brasil frente ao qual não podemos ser indiferentes e sobre o qual seguiremos exigindo que o Congresso se pronuncie”, concluiu Bregman, lembrando que um ato em solidariedade ao governo de Dilma Rousseff será realizado em frente à embaixada brasileira em Buenos Aires no próximo sábado (30/04).
NULL
NULL
O ato foi convocado pelo ex-candidato presidencial argentino pelo PTS, Nicolás del Caño, e será realizado às 16h (hora local) com a participação de militantes de esquerda e de movimentos sociais da Argentina, assim como de brasileiros que vivem no país. A deputada Myriam Bregman também participará do ato.
Em entrevista ao site argentino La Izquierda, Del Caño classificou o processo de impeachment contra a presidente brasileira como “um golpe sumariamente reacionário, como ficou evidente durante a votação de domingo [17/04] em que houve deputados que votaram pelo impeachment em nome de deus e até de militares torturadores. Longe de considerar como algo distante, que acontece em um país vizinho, nós do PTS consideramos que estes acontecimentos se transformaram em um dos fatos político-sociais mais importantes a nível latino-americano e internacional.” Para o dirigente do PTS, “a classe trabalhadora e a juventude da América Latina têm que estreitar laços e fortalecer a luta para que não se imponha uma saída reacionária.”