A governadora do Arizona, a republicana Jan Brewer, vetou nesta quarta-feira (26/02) a lei que permitia aos empresários recorrer a crenças religiosas para negar serviços a homossexuais. Ela justificou o veto afirmando que o texto poderia ter “consequências não desejadas” para o estado.
Agência Efe
“A liberdade religiosa é um tema central americano e um valor no Arizona, como é a não discriminação”, afirmou Brewer, que se mostrou convencida que a lei tinha “o potencial de criar mais problemas dos que pretende resolver”. Segundo ela, a norma aprovada pelo Legislativo do estado “poderia dividir o Arizona de formas que nem sequer podemos imaginar”.
[Brewer, governadora do Arizona, decidiu vetar a lei]
Nos últimos dias mais de 80 grandes empresas do país, como Apple e American Airlines, tinham protestado por conta da lei, contra a qual também se pronunciaram a Casa Branca e o secretário de Estado, John Kerry. A governadora se reuniu com grupos contra e a favor do texto antes de decidir.
Aprovado na quinta (20/02) pelo Legislativo por 33 votos contra 27, o texto não mencionava as palavras “gays”, “orientação sexual” ou “identidade de gênero”, mas permite que qualquer pessoa – que poderia ser um indivíduo, uma assembleia ou estabelecimento comercial – negue serviços baseados em uma crença religiosa.
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O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em sua entrevista coletiva da terça-feira, lembrou que o presidente Obama defende “a igualdade para os americanos da comunidade LGBT, e acredita que todos os cidadãos, sem importar a orientação sexual ou identidade de gênero, deveriam ser tratados de forma igual, com dignidade e respeito”.
Caso fosse implementada, a medida poderia pôr em perigo inclusive a disputa do Super Bowl, programado para 2015 no Arizona, um evento que geraria centenas de milhões de dólares para a economia do estado. Em 1993 a NFL decidiu cancelar o jogo no estado porque os eleitores não haviam aprovado um feriado em homenagem ao ativista negro Martin Luther King Jr.
Como advertência, a NFL emitiu um comunicado ontem indicando que suas políticas “enfatizam a tolerância e proíbem a discriminação baseada em raça, sexo, religião, orientação sexual ou qualquer outro padrão”.
Em 2010, com a assinatura de Brewer, o Arizona transformou em lei a SB1070, a primeira legislação estadual que criminaliza a presença de imigrantes ilegais. A legislação não só colocou o estado no epicentro do debate migratório, mas também como alvo de um boicote econômico que, de acordo com análises econômicas, teve um impacto de US$ 140 milhões.
(*) Com Efe