Lideranças políticas do governo do Equador, militares e civis simpatizantes de Rafael Correa estão se organizando nas imediações do Hospital da Polícia Nacional em Quito, onde o presidente equatoriano está retido desde o início da tarde.
No meio da tarde, o chanceler Ricardo Patiño afirmou que pessoas estariam tentando invadir o hospital para “atacar a integridade física” do presidente e conclamou a população a rumar para o prédio e libertar Correa.
O apelo fez efeito e pelo menos dezenas de pessoas estão concentradas na frente do hospital, que também continua cercado pelos policiais amotinados, que impedem a aproximação e a entrada dos manifestantes – inclusive usando a força.
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No fim da tarde, o próprio Patiño conseguiu entrar no hospital, onde Correa teria recebido uma delegação de representantes dos rebelados.
O repórter do canal de TV venezuelano TeleSur Christian Salas, que está no local, relatou que a polícia estava disparando contra os manifestantes, usando – até agora – armas de efeito moral e pedras. Do outro lado, conforme Salas, os manifestantes pró-Correa estão desarmados, sem portar pedras nem pedaços de pau, apenas bandeiras do Equador, e se comportam “pacificamente”.
Mapa: localização do hospital onde está Correa, perto do aeroporto de Quito
Ainda segundo a TeleSur, o governo diz que uma pessoa foi morta no confronto entre manifestantes legalistas e os policiais rebelados, mas não deu mais detalhes. Salas também relatou que perto do local foi posicionado um caminhão, que os manifestantes esperam que seja utilizado para furar o cordão policial em torno do hospital.
Pelo teto
De acordo com o jornal estatal El Ciudadano, a presença de policiais vem diminuindo nas imediações do hospital desde o início da noite. O fuso horário do Equador está duas horas a menos do horário de Brasília.
Mais cedo, boatos divulgados pelos meios de comunicação no Equador davam conta de que conspiradores planejariam entrar no hospital pelo teto do prédio, e Correa deu entrevista sugerindo que temia ser assassinado.
“O máximo que posso perder é a vida, e perderei com custo se for para salvar a democracia. Prefiro estar morto do que preso. Se quiserem, venham aqui e me deem um tiro, mas não derrubarão a república”, disse o presidente à Rádio Pública do Equador.
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