O governo de unidade apoiado pela ONU na Líbia declarou neste domingo (18/12) o fim das operações militares e a libertação da cidade de Sirte, sob domínio de grupos ligados ao Estado Islâmico há quase dois anos.
Em comunicado oficial, o governo liderado por Fayez Mustafa al-Serraj explicou, no entanto, que a vitória não significa o fim da luta contra o terrorismo no país.
“Oficialmente declaro o fim das operações militares e a libertação de Sirte após oito meses de combates. A guerra contra o terrorismo ainda não terminou na Líbia”, disse Serraj.
Martin Kobler, secretário da UNSMIL (Missão das Nações Unidas de Apoio à Líbia), celebrou a libertação de Sirte e homanegeou os “líbios que sacrificaram suas vidas por essa causa comum”. “Minhas sinceras condolências às suas famílias, e desejo aos feridos uma recuperação rápida”, disse Kobler em comunicado oficial da UNSMIL.
Membros da filial líbia do EI ocuparam Sirte, cidade natal e local da morte de Muammar Kadafi, em fevereiro de 2015, e a transformaram em um reduto do grupo dentro da bacia do Mediterrâneo.
Wikimedia Commons
Sirte, em foto de 2012: cidade estava sob domínio de grupos ligados ao Estado Islâmico há quase dois anos
NULL
NULL
Em maio deste ano, uma aliança de milícias do oeste da Líbia, lideradas pela cidade de Misrata, a mais próxima a Sirte, e ligada ao governo de unidade, empreendeu uma ofensiva militar para libertá-la. A resistência jihadista se manteve firme até agosto, quando os Estados Unidos decidiram apoiar a operação com bombardeios.
No fim de novembro, um porta-voz da aliança declarou o fim extraoficial das operações e a libertação de Sirte. Faltava apenas retirar as armadilhas e explosivos deixados pelos jihadistas, que conseguiram fugir da cidade pelas regiões desérticas do sul.
A Líbia enfrenta uma guerra civil desde 2011, quando a Organização do Tratado do Atlântico Norte contribuiu para a vitória dos rebeldes contra Kadafi.
Cinco anos depois, dois governos, um no oeste, designado pela ONU, e outro no leste, dirigido pelo influente marechal Khalifa Hafter, com apoio da Rússia, disputam o poder. A situação foi aproveitada por grupos radicais ligados ao EI e a Al Qaeda no Magrebe Islâmico, que estenderam a presença e a influência por todo o país.
Com o fim das operações militares em Sirte, Kobler fez um apelo aos cidadãos líbios a “aproveitarem esta oportunidade para promover uma reconciliação nacional e avançar na implementação de medidas de segurança interinas”.
(*) Com Agência Efe