Nesta sexta-feira (18/07) completam-se 20 anos da explosão no prédio da Amia (Associação Mutual IsraelitaArgentina ) em Buenos Aires. Este foi o pior atentado terrorista sofrido pela Argentina e ainda permanece impune. O governo argentino voltou a defender hoje o memorando assinado com o Irã para tentar esclarecer o ataque que deixou 85 pessoas mortas.
Agência Efe
Autoridades, ativistas, familiares e amigos participaram de um ato em homenagem às 85 vítimas em Buenos Aires
O chefe de gabinete do governo da Argentina, Jorge Capitanich, disse em entrevista coletiva que o atentado é “um fato que permanecerá indelével na memória de todos os argentinos” e “deverá ser esclarecido por meio de múltiplas ferramentas jurídicas de caráter internacional”.
Capitanich argumentou que o memorando com o Irã assinado em 2013 “constitui uma ferramenta” para o “esclarecimento” do ataque com carro-bomba, para “resolver uma questão não resolvida durante 20 anos”.
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“Definitivamente, é um papel que cabe e compete ao Poder Judiciário”, disse o chefe de gabinete.
Entenda o caso
Em janeiro de 2013, a Argentina firmou um acordo com o Irã, que foi ratificado um mês depois pelo parlamento argentino.
Em maio, a pedido da Amia e da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia, braço político da comunidade judaica local), um tribunal declarou a inconstitucionalidade do acordo, mas o governo apelou da decisão.
O Irã não comunicou oficialmente à Argentina se ratificou o memorando. O documento contempla a criação de uma comissão de analistas para revisar o processo do atentado contra a Amia e prevê o deslocamento do juiz argentino responsável pelo caso para o Irã para interrogar suspeitos.
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Para o governo de Cristina Kirchner, o acordo é visto como via para conseguir algum avanço na investigação, praticamente estagnada desde 2006, quando a Justiça argentina ordenou a captura internacional de vários acusados, que o Irã se negou a extraditar.
Esta relação é integrada pelo ex-ministro iraniano da Defesa Ahmad Vahidi, o ex-ministro de Informação Ali Fallahian, o ex-assessor governamental Mohsen Rezaee, o ex- adido da embaixada do Irã em Buenos Aires Moshen Rabbani e o ex-funcionário diplomático Ahmad Reza Asghari.
A Justiça também pediu a captura do ex-vice-ministro das Relações Exteriores para Assuntos Africanos do Irã Hadi Soleimanpour, do ex-presidente iraniano Ali Akbar Rafsanjani e do ex-ministro das Relações Exteriores Ali Akbar Velayati.
Em 1992, dois anos antes do atentado contra a Amia, uma bomba explodiu em frente à embaixada de Israel em Buenos Aires, deixando 29 pessoas mortas e centenas de feridos.
A comunidade judaica e a Justiça da Argentina atribuem ao Irã e ao Hezbollah o planejamento e execução de ambos os atentados.
(*) com informações da agência Efe