O governo colombiano e o ELN (Exército de Libertação Nacional), segunda maior guerrilha na Colômbia depois das FARC, se reunirão nesta sexta-feira (13/01) no Equador para lançar o diálogo sobre a instalação de uma mesa pública de negociação de paz.
A reunião estava marcada anteriormente para quinta-feira (12/01), e segundo o ELN o adiamento foi causado por “adequações logísticas de última hora”, e não por motivos “graves ou premonitórios de coisas negativas”. As delegações do ELN e do governo, liderada pelo ex-ministro Juan Camilo Restrepo, se reunirão perto da cidade de Ibarra, a 120 quilômetros da capital Quito, mas os detalhes do local foram mantidos em sigilo por motivos de segurança.
Esta não foi a primeira vez que a reunião foi adiada – o governo da Colômbia e o ELN tinham previsto começar a fase pública dos diálogos de paz no dia 27 de outubro de 2016, mas as tentativas não avançaram devido à recusa dos guerrilheiros de libertar o ex-congressista Odín Sánchez, sequestrado desde 3 de abril de 2016.
Depois disso, a data divulgada para o início das conversas foi o dia 10 de janeiro, tendo sido adiada para o dia 12, segundo o governo colombiano, e, finalmente, para hoje, 13 de janeiro.
O governo da Colômbia e o ELN anunciaram no dia 30 de março do ano passado, em Caracas, a instalação de uma mesa de conversas, cujas sessões se desenvolverão no Equador, na Venezuela, no Chile, em Cuba e no Brasil, países que atuarão como fiadores, junto à Noruega.
Paz a La Calle / Twitter
Coletivo Paz a La Calle (Paz nas ruas) durante manifestação nesta quinta-feira (12/01) em apoio aos diálogos de paz entre governo colombiano e ELN
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Ricardo Alvarado, governador de Arauca, Estado ao nordeste da Colômbia, na fronteira com a Venezuela, fez um apelo ao governo para que o diálogo seja estabelecido logo, por temer que o ELN ocupe os espaços deixados pelas FARC, com quem o governo colombiano chegou a um acordo de paz em novembro do ano passado.
“Todos sabem que esta zona, o corredor do leste da Colômbia, é evidentemente o ponto mais importante de presença do ELN. Se não houver acordos com o ELN e não avançarmos com esse grupo e não incluirmos a fronteira, aos venezuelanos, neste exercício, não haverá paz e a paz se tornará uma utopia”, declarou Alvarado.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, por outro lado, afirmou que “o fim do sequestro [de Odín Sánchez] seguirá sendo requisito para negociar com ELN”.
Fin del secuestro seguirá siendo requisito para negociar con Eln. Mantenemos voluntad de paz pero no descuidaremos seguridad de colombianos
— Juan Manuel Santos (@JuanManSantos) 12 de janeiro de 2017
“Mantemos a vontade de paz, mas não descuidaremos da segurança dos colombianos”, publicou Santos no Twitter.
Além disso, o presidente também divulgou nesta sexta-feira que Moises Valencia, integrante do ELN há mais de 20 anos e conhecido como “Moisabomba”, foi capturado.
Avanzamos firmes en la lucha #ContraElCrimen. Alias Moisabomba, explosivista del Eln, fue capturado y no atemorizará más en oriente del país
— Juan Manuel Santos (@JuanManSantos) 12 de janeiro de 2017
“Avançamos firmes na luta contra o crime. Conhecido como Moisabomba, ‘explosivista’ do ELN, foi capturado e não aterrorizará mais o oriente do país”, afirmou.