O Ministério do Planejamento da Argentina informou nesta quinta-feira (17/6) que vai intervir na empresa privada Metrogas, responsável pela distribuição de gás natural, por conta de um anúncio feito pela companhia de que não poderá “cumprir com suas obrigações financeiras”. Segundo o governo, o objetivo é garantir a continuidade do serviço sem interrupção.
A Metrogas alega ser inviável continuar distribuindo gás pelo preço estipulado pelo governo argentino, que, por meio da “lei de emergência econômica”, congelou as tarifas em 2003. Além disso, as dívidas da empresa – controlada pela britânica British Gas e pela espanhola YPF – chegam a 20 milhões de dólares.
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Pela manhã, os diretores da empresa informaram em um comunicado enviado à Bolsa de Comércio que “apesar de a companhia ter contratado um auxiliar financeiro para buscar alternativas e conseguir refinanciar a dívida, as medidas empregadas não tiveram sucesso”. De acordo com a Metrogas, as atividades não devem ser comprometidas.
Em comunicado oficial, o governo explicou apenas que a intervenção “terá como objetivo reestruturar a dívida e se estenderá até que tenha terminado”. Já a empresa alega que as propostas do governo “não condizem com a real possibilidade da companhia” e que não foi possível gerar fundos líquidos suficientes para pagar os juros da dívida, além das despesas permanentes.
Disputa
Para o ministro do Planejamento, Julio de Vido, o embate nas negociações foi gerado porque a Metrogas não desiste da ação contra o governo na CIADI (Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos), instituição do Banco Mundial para arbitrar litígios comerciais. A companhia recorreu à instituição para reinvindicar reajuste nas tarifas congeladas.
Segundo um acionista da YPF – que tem 45,33% das ações – entrevistado pela agência de notícias argentina Télam, “a empresa está avaliando os passos que serão dados para preservar o patrimônio”.
Nem a YPF nem a British Gás se manifestaram a respeito da decisão oficial.
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