A imprensa francesa desta segunda-feira (13/03) está apreensiva com a possível aprovação da contestada reforma da Previdência na França. O projeto de lei foi votado na madrugada de domingo (12/03) pelo Senado e volta para a Assembleia de Deputados na quinta-feira (16/03).
“Aposentadorias: uma semana decisiva” é a manchete do jornal La Croix, que aborda a preocupação do governo na busca de votos a favor do texto. O diário explica que, embora o executivo francês conte com a maioria na Assembleia de Deputados, há fortes divisões entre os parlamentares do grupo governista. Pressionados, se votarem contra o projeto de lei, eles correm o risco de serem expulsos, destaca a matéria.
Já o jornal Libération analisa a possibilidade do governo francês recorrer ao controverso artigo 49.3 para fazer a reforma passar à força na Assembleia. “Essa é a semana que deputados e ministros encaram sem saber se a terminarão em seus cargos”, afirma.
A matéria salienta que membros do governo tentam apaziguar as tensões garantindo que não recorrerão à polêmica medida, como já fizeram cerca de dez vezes no ano passado para aprovar outros projetos de lei. Líderes de centrais sindicais, como Laurent Berger, secretário-geral da Confederação Francesa democrática do Trabalho (CFDT), alertam para os perigos da utilização do mecanismo, que considera “precipitado” e “antidemocrático”.
Force Ouvrière/Twitter
Imprensa francesa desta segunda-feira (13/03) está apreensiva com a possível aprovação da contestada reforma da Previdência
“Elisabeth Borne contra a parede” é o título de uma matéria do jornal Le Parisien, que trata do dilema da primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne. Ela tem nas mãos o poder de impor o projeto de lei, se resolver recorrer ao 49.3, mas pode detonar uma bomba política e social se o fizer, afirma o diário.
Antes de o texto começar a ser votado na Assembleia, ele ainda passa por uma comissão na quarta, onde sete deputados e sete senadores analisam o projeto de lei. Segundo os cálculos do jornal Le Parisien, faltaria apenas o aval de 10 deputados para a reforma ser aprovada.