O governo da Venezuela declarou nesta quinta-feira (12/05) que “rechaça categoricamente” o que classificou como “golpe de Estado parlamentar em curso no Brasil”.
Segundo Caracas, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que se encontra afastada do cargo por até 180 dias, foi conduzido “mediante farsas jurídicas das cúpulas oligárquicas” com o intuito de “substituir a soberania popular”.
EFE
Para o governo venezuelano, Michel Temer “instala um governo de corporações empresariais totalmente alheio à vontade do povo”
“A presidente legítima, Dilma Rousseff, primeira mulher eleita como chefe de Estado no Brasil, enfrenta uma arremetida motivada pela vingança dos que perderam as eleições e que são incapazes de chegar ao poder político por outra via que não a da força”, disse o governo por meio de um comunicado.
Na nota, o governo do presidente Nicolás Maduro falou da “dignidade e histórica capacidade da presidente Dilma Rousseff, que demonstrou, com seu exemplo e vocação humanista, ser uma garantia para a democracia”.
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“A Venezuela não tem dúvidas de que todas essas ações fazem parte de uma investida oligárquica e imperialista contra os processos populares progressistas e de esquerda com o único fim de reinstalar modelos neoliberais de exclusão”, diz a nota.
“O processo de golpe de Estado no Brasil pretende substituir a soberania popular e repudiar a vontade legítima do seu povo. Em razão disso, fazemos um chamado aos povos do mundo para nos mantermos alertas e prontos para a defesa da democracia, da presidente Dilma Rousseff e dos processos de unidade e integração de nossos países”, declarou Caracas.
Mais cedo, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), de Maduro, já havia se posicionado diante do afastamento de Dilma, “que instala um governo das corporações empresariais totalmente alheio à vontade do povo brasileiro”.
Após votação na manhã desta quinta-feira no Senado que aprovou a admissibilidade do impeachment por 55 votos a 22, Michel Temer (PMDB) assumiu a Presidência interinamente. O Senado terá 180 dias para realizar o julgamento, no qual será decidido se Dilma retorna ao cargo ou é afastada definitivamente.