O governo de Burkina Faso decidiu expulsar três diplomatas franceses, em medida levada a cabo nesta quinta-feira (18/04), segundo meios de imprensa locais.
A decisão afetou o agora ex-embaixador francês no país, Gwenaïelle Habouzit, e dois dos seus assessores políticos Guillaume Reisacher e Hervé Fournier, todos eles declarados como “personas non gratas”.
O trio foi acusado de estar envolvido em “atividades subversivas” e teria embarcado de volta a Paris em um avião da Força Aérea francesa que viajou até Uagadugu, capital do país, para resgatá-los.
Em declaração à mídia local, o líder militar burquinês, Ibrahim Traoré, justificou a decisão afirmando que não confia no discurso do governo francês nem dos representantes do país europeu em Burkina Faso, de que Paris desejava promover uma “cooperação na luta contra o terrorismo”.
Traoré tomou o poder no país da África Ocidental em setembro de 2022, em uma ação considerada como um golpe de Estado por parte da imprensa internacional.
No entanto, sua gestão tem se mantido com certa popularidade, a partir de medidas que priorizam o rompimento de relações com países da Europa e do Ocidente.
Uma delas, tomada logo no início do seu governo, foi a derrubada de todos os acordos de cooperação militar assinados com a França desde 1961.
Vale lembrar que Burkina Faso foi colonizado pela França desde a Conferência de Berlim, em 1885, até a sua declaração de independência, em 1960 – um ano antes da assinatura dos primeiros tratados de cooperação militar entre os países.