Após uma série de protestos que deixou 13 vítimas fatais e mais de cem pessoas feridas, o ministro do planejamento de Moçambique, Aiuba Cuereneia, anunciou nesta terça-feira (8/9) que o preço do pão não será reajustado e o preço de todos os bens de primeira necessidade serão congelados.
A medida foi adotada após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, na qual o governo do presidente Armando Guebuza decidiu manter os preços.
Em comunicado, o ministro disse que o preço anterior do produto será mantido com a introdução de subsídios. Antes disso, o governo moçambicano havia dito que a alta dos preços era “irreversível”.
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O preço do pão havia subido para o equivalente a 0,20 dólares em um país onde o salário médio do trabalhador é 37 dólares ao mês. Agora, o pão voltará a custar 0,14 dólares.
O ministro disse também que o governo moçambicano deve restaurar os subsídios à água e que o preço deve ser reduzido em 50%.
A Electricidade de Moçambique, companhia estatal de energia, tinha anunciado um aumento nas tarifas de 13,4%, enquanto que nos arredores de Maputo, o preço da água tinha sido igualmente sujeito a aumentos, segundo o site do jornal Angola Press.
Hoje faz uma semana que os moçambicanos da capital, Maputo, paralisaram a cidade em protestos contra os aumentos da luz, da água, do combustível e do pão.
Segundo dados oficiais, 13 pessoas morreram durante as manifestações, e há centenas de feridos e 286 presos.
Abastecimento do mercado interno
O ministro da indústria e comércio, Antonio Fernando, disse à BBC que a meta do governo é aumentar a produção de trigo no país, que atualmente produz somente 30% do que consome.
Uma das causas da dificuldade para manter o preço do pão é o aumento no preço do trigo por causa da seca e dos incêndios na Rússia, uma das principais produtoras do mundo. A situação no país levou o governo russo a proibir até 2011 a exportação do cereal.
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