Atualizada às 19h40
Em meio à crise humanitária gerada pelos milhares de refugiados que diariamente chegam à Europa em busca de asilo, a Dinamarca publicou, nesta segunda-feira (07/09), um anúncio em quatro jornais do Líbano com um texto montado para desestimular os pedidos de refúgio no país nórdico.
Porém, segundo Copenhague, o objetivo da mensagem é informar sobre as novas leis de restrição aos refugiados e imigrantes em vigor no país. O conteúdo foi publicado em inglês e árabe, com o selo do Ministério de Imigração e Integração da Dinamarca.
Denmark trying to scare off would-be migrants with these ads in #Lebanon media: pic.twitter.com/8uQasJJBF6
— Sara Hussein (@sarahussein) 7 setembro 2015
A maior parte dos refugiados que chegam à Dinamarca têm a intenção de seguir viagem rumo à Suécia. A Dinamarca, assim como o Reino Unido, não é obrigada a cumprir os acordos sobre asilo pactuados com os demais integrantes da União Europeia.
A política dinamarquesa para imigração ficou mais rigorosa após a chegada do Partido Liberal, de centro-direita, ao poder, em junho.
Assim, na contramão de outros países, como a Alemanha, que anunciou aumento de 6 bilhões de euros no orçamento, e da Suécia, que abriu as portas para o acolhimento dos refugiados, o governo dinamarquês avisou que reduzirá pela metade os benefícios sociais para os novos refugiados que cheguem ao país.
Restrições
Entre as restrições impostas está o fato de que as pessoas que obtiverem a permissão temporária de residência “não terão o direito de trazer suas famílias para a Dinamarca” no primeiro ano de estadia.
O governo do primeiro-ministro Lars Rasmussen passará ainda a considerar como condição indispensável para a obtenção de residência permanente o domínio da língua dinamarquesa e a permanência por pelo menos cinco anos no país.
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A nova norma determina, no entanto, que antes que os cinco anos sejam cumpridos, o refugiado pode perder o direito de continuar na Dinamarca, sem maiores justificativas.
Os que perderem o direito à residência temporária serão internados em um centro especial de retorno” para garantir que deixarão o país “assim que seja possível”.
Críticas
“Eu estou muito, muito desapontado”, disse Michael Gatten, membro do conselho municipal de Copenhague, ao jornal dinamarquês Jyllands-Posten. “É uma forma repugnante de ação”, acrescentou.
Agência Efe
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No Twitter, Uffe Elbaek, líder do Partido Alternativo, de esquerda, escreveu: “Este deve ser o pior momento para um anúncio em toda a história do mundo”.
A ministra do Interior, Inger Stojberg, por sua vez, disse, em seu Facebook, que o anúncio tem como objetivo informar sobre as leis dinamarquesas para os potenciais imigrantes. “Nós simplesmente não conseguimos acompanhar o fluxo atual”, observou.