Forças especiais da Turquia entraram nesta terça-feira (08/09) no norte do Iraque para combater tropas do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), como confirmou o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. É a primeira vez que tropas turcas cruzam a fronteira iraquiana desde 2008. De acordo com os turcos, a operação terrestre “de curta duração” irá perseguir a guerrilha curda. Também foi realizada, na madrugada de hoje, ação com caças contra alvos curdos.
A ação é justificada como resposta ao ataque do PKK, realizado hoje, contra um ônibus policial que matou pelo menos 16 soldados. No último domingo (06/09), outro ataque contra um comboio causou a morte de 16 soldados turcos em Daglica, na província de Hakkari, perto da fronteira com o Iraque.
“Não abandonamos e não abandonaremos o futuro da nação a três ou cinco terroristas”, disse Erdogan, em discurso em Ancara.
Carlos Latuff
Além disso, pelo menos 50 caças turcos bombardearam, na madrugada de hoje, alvos do PKK. Segundo a agência Anadolu, a força aérea turca lançou 130 bombas contra 20 alvos e matou entre 35 e 40 milicianos nessa operação. A informação foi confirmada pela agência curda Firat, vinculada ao PKK.
NULL
NULL
A Turquia integra a ação militar internacional na Síria contra o Estado Islâmico. E, desde julho, vem realizando uma operação contra forças curdas na fronteira com o país governado por Bassar al-Assad.
Trégua
Diante da escalada da tensão entre turcos e curdos, a União Europeia pediu, nesta terça, que a Turquia “redobre os esforços” para levar adiante o processo de paz com o PKK iniciado em 2012.
“Nós, como União Europeia, estamos preocupados com a contínua escalada de violência e a deterioração da situação de segurança geral que estamos vendo na Turquia”, disse a porta-voz comunitária Maja Kocijancic.
Agência Efe
Protesto realizado em julho por turcos em Istambul contra ofensiva de Erdogan a curdos
“Como dissemos muitas vezes, condenamos fortemente os atentados terroristas do PKK e pedimos um cessar-fogo urgente e incondicional por parte de todos para retornar as negociações para uma solução duradoura”, reforçou a porta-voz.
Com um longo histórico de conflitos, turcos e curdos protagonizaram uma guerra civil que teve início na década de 1980 que deixou 40 mil mortos.