O governo do Reino Unido confirmou nesta terça-feira (08/01) que o acordo para a saída do país da União Europeia, o Brexit, será votado pela Câmara dos Comuns no dia 15 de janeiro.
A votação era para ter acontecido em dezembro passado, mas o gabinete da primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu o adiamento em função da perspectiva de uma derrota.
Os debates sobre o acordo no Parlamento devem ser retomados nesta quarta-feira (09/01) e serão encerrados na próxima terça (15/01), com uma intervenção de May, em seu último apelo em defesa do acordo.
O principal entrave diz respeito ao “backstop”, mecanismo que prevê a manutenção de uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, caso os dois lados demorem a aprovar um futuro tratado comercial.
Críticos do acordo cobram garantias explícitas de Bruxelas de que o “backstop” não será permanente, o que comportaria a criação de uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido.
A Comissão Europeia e o governo de May, por sua vez, garantem que fecharão um acordo comercial até 31 de dezembro de 2020, quando terminará o período de transição. Se o acordo for rejeitado pelo Parlamento, o rompimento será abrupto e ocorrerá em 29 de março de 2019, o que poderia abrir uma crise de abastecimento no Reino Unido.
A premiê já sobreviveu a uma moção de desconfiança dentro de sua própria legenda, o Partido Conservador, e tentou reabrir as negociações com Bruxelas, mas sem sucesso. O Parlamento Europeu também terá de votar o acordo.
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Premiê já sobreviveu a uma moção de desconfiança dentro de sua própria legenda