Quinta-feira, 15 de maio de 2025
APOIE
Menu

O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, e representantes de partidos políticos que assinaram, na última quinta-feira (14/07) o Acordo de Montana se reúnem para reativar as mesas de diálogo nacional, suspensas desde maio. O Acordo de Montana, assinado em novembro de 2021, garantiu a ascensão de Henry ao poder, após o assassinato do ex-presidente Jovenel Moise, em julho do ano passado. 

A retomada das negociações acontece em meio a uma nova escalada de violência. Segundo autoridades, a disputa entre duas facções criminosas pelo controle da comunidade Cité de Soleil, norte da capital Porto Príncipe, provocou a morte de 89 pessoas, 74 feridos e 16 desaparecidos em uma semana. Além disso, 127 casas foram destruídas. 

O conflito armado entre as facções Brooklyn e G-9 iniciou em 7 de julho, mesmo dia que completou um ano do assassinato de Moise. Somente no dia 8 de julho, 47 pessoas foram assassinadas e 21 corpos foram carbonizados. 

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

A presença das tropas da Missão de Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), desde 2004, contribuiu para a disseminação de armas no país. Existem cerca de 77 grupos armados, que controlam regiões inteiras no Haiti e se financiam com o tráfico de drogas e de armas. Segundo a Comissão Nacional de Desarmamento, há cerca de 500 mil armas circulando de maneira ilegal na ilha. 

Com 89 mortos em uma semana na capital Porto Príncipe, premiê Ariel Henry retoma negociações em nome da 'paz'

Governo do Haiti

O primeiro-ministro Ariel Henry chegou ao poder prometendo realizar eleições gerais e convocar uma constituinte até 2022

A Rede Nacional de Direitos Humanos (RNDH) denunciou a falta de intervenção da polícia e o silêncio das autoridades, sugerindo uma relação entre o atual governo e as gangues para criar um “clima de terror”. 

“Agora é o momento para que a coalizão que está no poder coloque um fim das relações crônicas de clientelismo entre políticos e gangues armadas e parem de alimentá-los com dinheiro, armas e munições”, acusa a RNDH em comunicado.

Ariel Henry assumiu o poder no Haiti, em julho do ano passado, com a promessa de convocar eleições gerais e uma constituinte neste ano. Assim, ele deixaria o cargo até 2023. O país, no entanto, vive imerso em uma crise. Em fevereiro, os partidos políticos, que anteriormente apoiaram Henry no Acordo de Montana, solicitaram que ele deixasse o cargo, afirmando que sua gestão teria chegado ao fim. Esse grupo, inclusive, chegou a indicar um novo presidente e um premiê interino, mas com a falta de respaldo internacional dos nomes sugeridos, Henry permaneceu no comando do país.