O governo golpista de Honduras afirmou hoje (5) que não vai permitir que nenhum avião com o presidente deposto Manuel Zelaya aterrisse no país.
A determinação foi feita pelo chanceler interino Enrique Ortez. Segundo ele, pode haver mortes caso o presidente eleito volte ao país. “Para não cometer uma imprudência como a morte de um presidente da república, há ordens para ele não entrar”, disse.
Zelaya, que está nos Estados Unidos, deveria partir de Washington acompanhado de alguns presidentes da América do Sul. Ele havia dito que voltaria hoje à capital Tegucigalpa, uma semana após um golpe de Estado que lhe tirou do cargo.
“Planejei meu retorno no domingo”, disse Zelaya no discurso na XXXVII Assembleia Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Segundo a agência de notícias France Presse, as companhias aéreas Taca e American Airlaines suspenderam os voos para Honduras neste domingo, e que o aeroporto está rodeado por soldados.
Zelaya postou uma mensagem de vídeo na internet chamando seus a apoiadores a compareçam ao aeroporto de Tegucigalpa. “Eu peço a todos os trabalhadores do campo, das cidades, índios, jovens, amigos, que me acompanhem em meu retorno a Honduras. Não tragam armas. Pratiquem o que eu sempre preguei: a não-violência.”
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O arcebispo da Igreja Católica no país pediu que o presidente deposto não voltasse, pois isso poderia dar início a confrontos sangrentos.
Zelaya afirmou que retornaria acompanhado pela presidente argentina, Cristina Kirchner, o seu colega do Equador, Rafael Correa, 300 jornalistas e ministros do exterior.
O ex-embaixador de Honduras na OEA, Carlos Sosa, anunciou que o avião de Zelaya deve sair “por volta das 10h de Washington para Honduras”, chegando “às 15h em Tegucigalpa.
Caso Cuba
A OEA suspendeu Honduras em resposta ao golpe de Estado executado há uma semana, e pelo governo golpista por não ter cumprido o mandato no prazo de 72 horas para restituir Zelaya na Presidência. A decisão foi tomada hoje durante uma reunião especial dos ministros de Relações Exteriores do grupo, com 33 votos a favor e uma abstenção – a de Honduras.
Para o chanceler do governo golpista, Enrique Ortez, a saída da organização não deve trazer graves conseqüências a Honduras. “A única coisa que a OEA pode fazer é nos tirar e fica nisso, continuamos sendo um Estado soberano e ainda somos membros das Nações Unidas”.
Disse também que “os países podem ter relações bilaterais, e o comércio vai continuar. [o secretário-geral da OEA, José Miguel] Insulza não pode suspender o comércio, isso vai continuar”.
Ortez citou Cuba, que esteve suspensa da OEA de 1962 até 2009. ” Está Fidel Castro, não lhe aconteceu nada”.
Honduras anunciou ontem a saída unilateral da OEA por não concordar com a exigência de restituir o presidente deposto ao cargo.
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