A reunião entre o governo português e a oposição, ocorridos nesta quarta-feira (13/04), não foi capaz de solucionar o impasse político, mesmo após a UE (União Europeia) voltar a pedir a unidade do país. No encontro, os líderes políticos do país não chegaram a um consenso sobre como negociar o resgate financeiro.
O primeiro-ministro demissionário, o socialista José Sócrates, manteve nesta quarta-feira encontros separados com os representantes de todos os grupos parlamentares, entre eles o líder da oposição, o conservador Pedro Passos Coelho (do PSD, de direita). Passos afirmou ter dúvidas sobre os números econômicos publicadas pelo Executivo.
Além disso, exigiu que Sócrates tivesse acesso a todos os relatórios técnicos elaborados pela missão conjunta enviada a Lisboa por Comissão Europeia (órgão executivo da UE), Banco Central Europeu e o FMI (Fundo Monetário Internacional) para avaliar o estado das contas do país.
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A desconfiança sobre os dados apresentados pelo governo e o temor de que a verdadeira situação econômica pela qual Portugal passa seja ainda pior do que o anunciado também foram compartilhados pelo Bloco de Esquerda, de corrente marxista, quarta força política do Parlamento, que solicitou uma auditoria da dívida pública.
A atitude da oposição ao semear novas dúvidas sobre os números econômicos oficiais foi duramente criticada pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que será o interlocutor do Executivo com a oposição nas conversas sobre o resgate.
“Ver os partidos colocarem em dúvida publicamente a transparência das contas públicas portuguesas sem nenhum fundamento não é a melhor contribuição para que possa prevalecer o interesse nacional na negociação”, protestou.
As divergências entre os principais atores políticos do país levaram o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a advertir que a situação é “delicada e extremamente urgente” e a pedir aos partidos que atuem “com senso de responsabilidade”.
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