Cinco dias após o novo presidente de Portugal ser eleito — o conservador Marcelo de Sousa — o Parlamento de maioria socialista do país enfrenta, nesta sexta-feira (29/01), sua primeira greve na administração central. A paralisação foi anunciada no dia 11 de janeiro e convocada por enfermeiros para exigir a reposição imediata das 35 horas semanais para todos os profissionais do setor público da saúde.
Segundo um comunicado, o SEP (Sindicato dos Enfermeiros Portugueses) afirma que as 35 horas de trabalho para todos os profissionais, independentemente de seu vínculo laboral, é a exigência prioritária. Para discutir o assunto, o sindicato “solicitou uma reunião e reiterou o pedido” ao Ministério da Saúde.
Agência de Notícias ANDES/FlickrCC
Enfermeiros reivindicam 35 horas de trabalho semanais; atualmente trabalham 40 horas
Ainda de acordo com o comunicado, a manutenção da greve depende única e exclusivamente da reunião com o Ministério da Saúde e com os compromissos que fossem assumidos.
A paralisação também possui respaldo da Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP, de tendência comunista), maior sindicato do país.
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As primeiras consequências da mobilização já começaram a ser percebidas de madrugada, especialmente em hospitais e centros de saúde, onde o SEP informou ter uma adesão superior a 77% em diferentes pontos do país, no turno da noite.
Os socialistas, que chegaram ao poder há dois meses graças a um acordo inédito com as demais forças de esquerda, já anunciaram estar dispostos a baixar de 40 para 35 o horário semanal dos funcionários.
Esta medida, de fato, já foi aprovada por uma maioria da câmara de forma geral, mas está ainda em discussão para ultimar os detalhes e estava prevista para ser implantada no segundo semestre de 2016.
A ampliação para 40 horas semanais na função pública — sem um aumento salarial — foi aprovada em setembro de 2013 pelo Parlamento anterior, liderado pelo conservador Pedro Passos Coelho
*com Agência Efe