A divisão do Greenpeace no México publicou nesta quarta-feira (20/04) um estudo no qual afirma que a multinacional BP (British Petroleum) tentou ocultar informações sobre a quantidade real do vazamento de petróleo no Golfo do México, tragédia ambiental que completa um ano. A empresa, segundo o estudo, teria tentado ocultar a magnitude do desastre influenciando os cientistas que investigar o impacto ambiental do desastre. As informações são do site do Greenpeace mexicano.
De acordo com a ONG, o relatório é composto por dados oficiais do governo norte-americano, obtidos mediante solicitação. A divisão da empresa no Brasil não foi encontrada pela reportagem de Opera Mundi para comentar o documento.
Leia a íntegra do documento, de 13 páginas, em espanhol.
Entre as principais informações, o relatório afirma que 80% do petróleo vazado ainda não foi recuperado; em nenhum momento a BP ou a Guarda Costeira dos EUA teriam realizado medições precisas da quantidade de petróleo derramada; a BP teria tentado, segundo o Greenpeace, desviar a atenção da investigação científica a respeito dos impactos ambientais.
Além disso, a empresa era a principal financiadora dos grupos de investigação que estudavam o impacto ambiental do acidente, e os cientistas reclamavam de sua influência; por fim, a BP alegava que o vazamento médio diário era de mil barris por dia, enquanto o número real seria de 62 mil barris diários. Ou seja, nos cerca de três mesas em que a empresa tentava, sem sucesso, selar o vazamento, 4,9 milhões de barris de petróleo foram despejados no mar do Golfo do México.
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O vazamento ocorreu após o colapso e afundamento da plataforma de petróleo Deepwater Horizon. O acidente causou a morte de onze pessoas que trabalhavam no local, causando um dos maiores desastres ambientais da história norte-americana. Após infestar o mar, o material teria chegado ao continente e afetado todo o ecossistema local.
Em entrevista exclusiva para a rede Telesur, a ativista Beatriz Oliveira, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace na Cidade do México, explicou que a troca de informações entre funcionários do governo norte-americano e cientistas não era clara e que a empresa tentou ocultar dados para dizer que a quantidade de petróleo derramado era inferior e que os impactos não seriam tão graves.
Oliveira afirmou também que o acidente ambiental causou a morte de cerca de seis mil espécies, como baleias, entre elas cachalotes, e tartarugas marinhas –, mas que a contagem ainda não terminou, e os números atuais podem ser considerados modestos.
Além de divulgar o estudo, a ONG também pediu, em comunicado, que as autoridades mundiais reflitam sobre acontecimentos como vazamento na Deepwater Horizon e a crise nuclear de Fukushima e repensem o modelo energético atual, baseado em fontes poluentes e perigosas, como o petróleo e a energia nuclear.
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