Jornais franceses como o Liberation e Le Parisien deixaram de circular em suas versões impressas nesta quinta-feira (05/12) por conta da greve geral no país contra a reforma da previdência proposta pelo presidente Emmanuel Macron. Os sites continuam funcionando, e as versões digitais dos jornais estão publicadas online, mas os trabalhares das gráficas e dos serviços de distribuição paralisaram as atividades.
Além deles, a Radio France suspendeu a emissão de noticiários por conta da mobilização. Um aviso publicado no site da emissora diz que “em função do movimento de greve na França, nossos jornais não irão ao ar nesta quinta-feira, 5 de dezembro”, mas não deixa claro se foi a equipe técnica ou a de jornalistas, ou mesmo as duas categorias que paralisaram.
A emissora está transmitindo somente músicas, que são somente interrompidas pelo aviso de que, devido à greve, não é possível transmitir os noticiários.
A previsão é de que a greve geral convocada para esta quinta se transformem na maior onda de protestos desde o início da crise dos coletes amarelos, inciada há cerca de um ano.
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Libération foi um dos jornais que circulou somente em versão online por causa da greve
Trens de alta velocidade deixaram de circular, além de 20% dos trens regionais que circulam Paris e 11 das 16 linhas de metrô da capital. Dois em cada dez voos com origem ou destino na França devem ser cancelados, segundo as autoridades aeronáuticas do país. A maior parte das escolas também não abriu as portas.
Além da paralisação, à qual aderiram categorias como policiais, advogados, aposentados e garis, estão previstas cerca de 250 manifestações em todo o país, com a maior sendo esperada em Paris. Várias lojas fecharam as portas.
A reforma da previdência foi uma promessa de campanha do então candidato Macron. Segundo ele, as mudanças no sistema simplificariam a política de aposentadorias, substituindo os atuais 42 regimes especiais por um sistema único. Entre os trabalhadores que seriam mais afetados, estão justamente o do setor ferroviário.
Os sindicatos afirmam que, se aprovada, a reforma vai “degradar os direitos de todos” os trabalhadores. Uma pesquisa publicada pelo jornal Le Figaro mostra uma aprovação de 70% à greve.