O pecuarista paraguaio Fidel Zavala, 46 anos, mantido em cativeiro por 94 dias pelo Exército do Povo Paraguaio (EPP), grupo radical de esquerda, foi libertado na noite de ontem (17), após pagamento de fiança. O valor não foi informado até o momento, mas algumas fontes indicam que pelo menos 550 mil dólares foram entregues aos sequestradores.
Andrés Cristaldo/EFE
Fidel Zavala reencontra a família em Assunção após passar três meses em cativeiro
O EPP exigiu na semana passada que a família do pecuarista distribuísse 30 cabeças de gado próprias para comunidades pobres no Paraguai. A entrega da carne foi coordenada pelo irmão do sequestrado, que, em contato com a imprensa, insistiu que o gesto foi uma “cortesia do EPP”.
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Zavala foi abandonado a cerca de 15 quilômetros de sua fazenda, localizada no estado de Concepción, próximo à fronteira com o Brasil. Uma vez liberado, precisou caminhar até a propriedade e se comunicou por rádio para dizer que estava bem.
O presidente paraguaio, Fernando Lugo, confirmou a libertação de Zavala ainda ontem e anunciou que os organismos de segurança não descansarão até que todos os integrantes do grupo sejam presos. Segundo a Polícia, o EPP recebeu assessoria das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Zavala, que em seu primeiro contato com a imprensa agradeceu a Deus por
estar vivo e pediu mudanças nos rumos do país, está alojado em sua
residência em Assunção. Ele chegou à capital acompanhado do ministro do
Interior, Rafael Filizzola. A família Zavala disse ter aprovado a
atuação do governo no caso.
O EPP foi criado há alguns anos e seu principal método de ação, até agora, se baseou nos sequestros, embora o grupo tenha lançado também um ataque a uma unidade militar. O governo reconheceu a existência da organização e a qualificou de “grupo de delinquentes”. Na semana passada um carregamento de 450 fuzis de origem israelense comprados da Colômbia chegou ao Paraguai exclusivamente para combater o grupo.
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