Um grupo de 70 intelectuais, historiadores e especialistas em política latino-americana denunciou de modo contundente a intervenção dos EUA nas questões internas da Venezuela e clamou pelo apoio ao diálogo entre chavistas e antichavistas. Os signatários da carta aberta, entre eles o filósofo e ativista Noam Chomsky e o relator independente da ONU, Zayas Alfred, garantiram que o reconhecimento de Guaidó como presidente interino por parte dos EUA e aliados, após o anúncio unilateral da oposição Venezuelana, trará “sofrimento humano desnecessário, violência e instabilidade”.
“Reconhecendo o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como novo presidente da Venezuela, algo ilegal de acordo com a Carta da OEA, o governo de Donald Trump acelerou a crise política na Venezuela, na esperança de dividir os militares venezuelanos e polarizar ainda mais a população, forçando-os a escolher lados “, denuncia o documento. Os EUA foram os primeiros a reconhecer Guaidó como governante legítimo.
As sanções americanas também foram lembradas como fator que desencadeou a atual crise. “Problemas resultantes da política do governo venezuelano foram agravados pelas sanções econômicas dos EUA , ilegais sob a Organização dos Estados Americanos e as Nações Unidas”.
“Essas sanções eliminaram os meios pelos quais o governo venezuelano poderia escapar da sua recessão econômica, causando um dramático declínio na produção de petróleo, agravando a crise econômica, e fazendo com que muitas pessoas morram por não terem acesso a medicamentos. Enquanto isso, os EUA e outros governos continuam a culpar o governo venezuelano – apenas – pelos prejuízos econômicos, até mesmo aqueles causados pelas sanções dos EUA”, acrescentam os intelectuais.
A carta segue dizendo: “Se a administração de Trump e seus aliados continuam seu curso imprudente na Venezuela, o resultado mais provável será derramamento de sangue, caos e instabilidade”.
“Os Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, e presidente de direita do Brasil, Jair Bolsonaro, têm empurrado a Venezuela para o precipício”.
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O filósofo e ativista Noam Chomsky é um dos que assina a carta