O Grupo de Puebla condenou os atos de insubordinação e de violência das forças de segurança da Argentina e da Colômbia. Em nota emitida nesta domingo (13/09), o grupo, formado por 30 líderes progressistas de 12 países da América Latina, rechaçou o ato realizado por policiais de Buenos Aires que cercaram a residência presidencial de Olivos na última quarta-feira (09/09), classificando a atitude como uma “intimidação que não tem cabida em uma democracia”.
“As armas que os Estados outorgam às forças de segurança são para cuidar dos cidadãos e cidadãs, não para extorquir um governo frente a reivindicações setoriais”, disse a nota assinada por nomes como o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper e o ex-candidato à presidência do Uruguai Daniel Martínez.
Da mesma forma, o coletivo condenou a repressão da Polícia Metropolitana de Bogotá aos protestos contra a violência policial, na Colômbia, que deixou 11 mortes e mais de 400 feridos.
“O Grupo de Puebla repudia enfaticamente o uso excessivo da força por parte das autoridades responsáveis por zelar pela ordem pública, expressa seu sentimento de solidariedade às vítimas e faz um chamado à proteção do direito a manifestações pacíficas e ao respeito aos Direitos Humanos”.
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‘Armas que os Estados outorgam às forças de segurança são para cuidar dos cidadãos e cidadãs, não para extorquir um governo’, disse o grupo
Leia a nota na íntegra:
O Grupo de Puebla repudia todo e qualquer ato de insubordinação das forças de segurança que ameacem a paz social e a democracia, como o ocorrido na Argentina nos últimos dias. Também rechaça o uso excessivo dessa mesma força contra os protestos sociais ocorridos na Colômbia nas últimas 48 horas, o que provocou a morte de 11 cidadãos e cidadãs e a destruição de várias instalações da Polícia.
Na terça-feira, um grupo de efetivos das forças de segurança da província de Buenos Aires se reuniu em frente à residência presidencial de Olivos exigindo aumento salarial. O presidente da nação argentina, Alberto Fernández, de imediato se dispôs ao diálogo, ao qual manifestantes e chefes da polícia de Buenos Aires resistiram, tentando impor condições em uma atitude clara de intimidação que não tem cabida em uma democracia.
As armas que os Estados outorgam às forças de segurança são para cuidar dos cidadãos e cidadãs, não para extorquir um governo frente a reivindicações setoriais. Por esta razão repudiamos a conduta deste grupo, assim como o silêncio de determinados setores políticos, que nada mais fazem do que minar o Estado de Direito e a Paz social, método de desestabilização sistemática das direitas como se observa em vários países da região. Conclamamos as diferentes forças econômicas, sociais e políticas a respaldar soluções democráticas e de diálogo frente a conflitos deste tipo.
Na quarta-feira, em Bogotá, um comando da Polícia Metropolitana, agindo com força excessiva, causou a morte de um cidadão ao utilizar indevidamente uma pistola elétrica e espancá-lo quando já se encontrava nas dependências da Polícia. Esse fato provocou legítimos protestos sociais em todo o país, os quais foram repelidos com o uso desproporcional da força policial, circunstância da qual se aproveitaram agitadores anarquistas para vandalizar instalações, veículos de transporte público e desencadear grandes confrontos que custaram a vida de 11 cidadãos inocentes e que deixaram um saldo de 403 feridos.
O Grupo de Puebla repudia enfaticamente o uso excessivo da força por parte das autoridades responsáveis por zelar pela ordem pública, expressa seu sentimento de solidariedade às vítimas e faz um chamado à proteção do direito a manifestações pacíficas e ao respeito aos Direitos Humanos.
Signatários:
Ernesto Samper
Gabriela Rivadeneira
Aloizio Mercadante
Marco Enríquez-Ominami
Adriana Salvatierra
Daniel Martínez
Esperanza Martinez
Carol Proner
Alejandro Navarro
Carlos Ominami
José Miguel Insulza
Jorge Taiana
Beatriz Paredes
Carlos Sotelo
Andres Arauz