O Grupo de Puebla emitiu um comunicado nesta quarta-feira (14/07) expressando seu apoio ao presidente cubano Miguel Díaz-Canel em meio a uma onda de protestos na ilha, as quais Havana considera serem ações desestabilizadoras promovidas pelos Estados Unidos.
No texto, os integrantes do grupo progressista manifestaram sua confiança em que Díaz-Canel saberá enfrentar “com prudência e diligência” a recente situação social que atravessa a ilha.
Os signatários reconheceram que a situação social que vive o país caribenho é consequência da devastação causada pela pandemia do coronavírus.
Também exortaram o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a acabar com o bloqueio econômico contra Cuba e a avançar no processo de normalização das relações entre os dois países.
Finalmente, o Grupo de Puebla fez um apelo a todos os setores de Cuba para que encontrem um caminho de paz e de diálogo que ajude a superar a situação atual no marco das reformas propostas pelo presidente Díaz-Canel.
Irene Pérez/ Cubadebate
Grupo de Puebla expressou apoio a Díaz-Canel
Leia a íntegra da nota:
O Grupo de Puebla expressa o seu apoio ao Governo do Presidente Díaz Canel com a plena certeza de que saberá enfrentar com prudência e prontidão a conjuntura social recente. O legítimo descontentamento que se verifica na ilha tem muito a ver, como em muitos países da região, com os danos sociais causados pela pandemia da Covid-19 nas condições de vida de milhares de cidadãos.
No caso de Cuba, essas circunstâncias são agravadas pelo impacto desumano do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e repetidamente rechaçado pela Assembleia das Nações Unidas. Que país pode resistir, como o fez heroicamente Cuba, quando unilateralmente e por tanto tempo uma potência hegemônica impede a livre circulação de pessoas, moedas, alimentos, remédios, remessas, turistas, navios, serviços e mercadorias? Apesar dessas restrições, Cuba apresenta hoje os melhores índices de igualdade social da região, incluindo uma vacina precursora contra a COVID- 19.
Consequentemente, o Grupo de Puebla convida o presidente Biden a continuar com o programa de normalização das relações com a ilha iniciado não sem tempo pelo governo do ex-presidente Obama, do qual fazia parte. Processo este que deve ser concluído com o fim do bloqueio ilegal e a saída dos EUA da base de Guantánamo.
Por último, o Grupo conclama o povo cubano a encontrar canais pacíficos e de diálogo capazes de superar esta crise no marco das reformas apresentadas em matéria de pequena e média propriedade, participação política e reformas constitucionais propostas pelo governo do Presidente Díaz Canel.
Subscrevem:
Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia
Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai
Rafael Correa, ex-presidente do Equador
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil
Dilma Rousseff, ex-presidenta do Brasil
Ricardo Patiño, ex-ministro das Relações Exteriores do Equador
Hugo Martínez, ex-ministro das Relações Exteriores de El Salvador
Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil
Guillaume Long, ex-ministro das Relações Exteriores do Equador
Ana Isabel Prera, ex-embaixadora da Guatemala
Andrés Arauz, ex-candidato presidencial do Equador
Marco Enríquez-Ominami, ex-candidato presidencial do Chile
Daniel Martínez, ex-candidato presidencial do Uruguai
Verónika Mendoza, ex-candidata presidencial do Peru
Cuauhtémoc Cárdenas, ex-candidato presidencial do México
Alejandro Navarro, senador do Chile
José Miguel Insulza, senador do Chile
Karol Cariola, deputada do Chile
Jorge Taiana, senador da Argentina
Monica Xavier, ex-senadora do Uruguai
Iván Cepeda, senador da Colômbia
María José Pizarro, senadora da Colômbia
Esperanza Martínez, senador do Paraguai
Aloizio Mercadante, ex-ministro do Brasil
Clara López, ex-ministra da Colômbia
Gabriela Rivadeneria, ex-deputada nacional do Equador
Carlos Sotelo, ex-senador do México
Aída García-Naranjo, ex-ministra do Peru
Adriana Salvatierra, ex-senadora da Bolívia
Carol Proner, jurista brasileira
Camilo Lagos, presidente do Partido Progressista do Chile
(*) Com teleSUR