Uma delegação progressista do Partido Democrata estadunidense anunciou nesta quinta-feira (03/08) uma turnê por países latino-americanos, entre os dias 14 a 21 de agosto.
Estão programadas visitas a Brasília, Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia) – os três países representam governos de esquerda que chegaram ou que voltaram (nos casos brasileiro e chileno) ao poder na região recentemente.
No grupo, que visa fortalecer os laços dos Estados Unidos com a América Latina, estarão os deputados e deputadas Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), Joaquin Castro e Greg Casar (ambos do Texas), Nydia Velázquez (Nova York) e Maxwell Frost (Flórida), além do chefe de gabinete do senador Bernie Sanders (Vermont), Misty Rebik.
Para Ocasio-Cortez “já passou da hora de um realinhamento da relação dos Estados Unidos com a América Latina. Os Estados Unidos precisam reconhecer publicamente os danos que cometemos por meio de políticas intervencionistas e extrativistas e traçar um novo curso baseado na confiança e no respeito mútuo”. A deputada, que despontou na política estadunidence, recentemente pediu aos Estados Unidos que abram arquivos sobre ditadura brasileira.
Os políticos representam a ala mais à esquerda do congresso americano. E, durante a viagem, pretendem discutir com os presidentes Lula, Gabriel Boric (Chile) e Gustavo Petro (Colômbia) sobre três eixos: democracia, meio ambiente e processos de paz.
Ricardo Stuckert
Deputada norte-americana Alexandria Ocasio-Cortez deve visitar Lula em Brasília, reeditando encontro que tiveram em fevereiro, em Washington
Em declaração conjunta, os políticos afirmaram que também pretendem se encontrar com lideranças indígenas, e ministros de Meio Ambiente e Economia, a fim de discutirem a questão climática e, nos países amazônicos, a preservação da Amazônia.
Os parlamentares ainda afirmaram que a “insurreição gêmeas” – o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e em Brasília, em 8 de janeiro de 2023 – “deixaram claro que o destino da democracia nos Estados Unidos está intimamente ligado ao de seus vizinhos do sul”, afirmaram.
“(Os países) não apenas compartilham o desafio de defender suas instituições da violência política, desinformação e outras formas de intervenção antidemocrática; eles também compartilham o desafio de restaurar a confiança na capacidade dessas instituições de atender às necessidades fundamentais dos cidadãos”, acreditam os congressistas.
De acordo com a declaração conjunta, a delegação também pretende entender melhor as negociações pela paz na América Latina.
“(Queremos) conhecer a busca pela paz duradoura, desde os esforços públicos para manter a memória dos mortos e desaparecidos, até as negociações multilaterais para a desmobilização de grupos armados”, diz o comunicado.