A Cúpula dos Povos entrou nesta segunda-feira (18/06), no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, na fase de preparação das propostas que deverão compor o documento final da conferência. Ainda não há consenso se o texto será entregue à ONU (Organização das Nações Unidas) que organiza a Conferência oficial, a Rio+20, no centro de convenções Riocentro, na Barra da Tijuca.
Após passarem por uma série de debates e palestras, denominados “atividades autogestionadas”, todas as organizações que participaram da Cúpula se dividiram em cinco grandes grupos por temas, as “plenárias de convergência entre temas e setores”.
Essas plenárias juntaram as propostas e críticas de todos os inscritos e, a partir desta terça-feira, vão apresentar, já na fase das assembleias as causas estruturantes, as falsas soluções e propostas, durante três dias. No último dia será realizada uma jornada de mobilização e campanhas.
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Uma das plenárias com participação mais ativa é a sobre soberania alimentar, que reúne associações camponesas agregadas pela Via Campesina, além de outras representações, como grupos quilombolas e indígenas.
“Foi uma plenária em que as opiniões anotadas realçaram nosso espírito de unidade. Na pergunta sobre as causas estruturantes da degradação ambiental, houve um resultado unânime sobre a responsabilidade do modelo de desenvolvimento baseado no agronegócio. Ele é extremamente prejudicial para a vida no campo. Graças a esse modelo temos outros fatores que afetam hoje a vida dos camponeses, como os transgênicos, os agrocombustíveis e os agrotóxicos”, afirmou Lourdes Vicente, da coordenação nacional do setor de gênero do MST (Movimento Sem Terra).
Segundo Lourdes, quando a segunda pergunta, sobre as falsas soluções. Os culpados foram a economia verde, os agrocombustíveis, os agrotóxicos e os transgênicos. “e pensar que s transgênicos, há alguns anos, foi apontados como o erradicador da fome no mundo. O que eles causam é o desaparecimento de sementes crioulas, e a perda da biodiversidade”.
Por fim, em relação às diversas soluções apresentadas, uma chuva de ideias está o projeto de soberania alimentar se tornar um projeto político emancipatório. “Ele não se resume ao campo, porque dá o direito a todos os trabalhadores de produzirem e saber o que estão produzindo. E também, é claro, temas caros como a agricologia e a reforma agrária”.