Terminou nesta quarta-feira (15/06) o mandato temporário do presidente interino do Haiti, Jocelerme Privert, e o país ficará sem um presidente pela segunda vez em um período de seis meses.
Reprodução/Twitter Henry Beaucejour
Em fevereiro, o então presidente do Senado, Jocelerme Privert, assumiu interinamente a Presidência do Haiti
Alçado ao cargo em fevereiro deste ano depois de um acordo parlamentar ter sido firmado, Privert assumiu interinamente a Presidência por 120 dias após o mandato do presidente Michel Martelly ter terminado sem que tivesse sido eleito um sucessor. O Haiti viveu uma onda de protestos populares por acusações de fraudes nas eleições presidenciais de 2015, que foram canceladas após análises do CEP (Conselho Eleitoral Provisório) e da Comissão de Verificação.
Estava prevista para esta terça-feira (14/06) uma votação no Parlamento para decidir se Privert deveria seguir ou não no cargo além do estipulado em fevereiro, até outubro, quando deverá ocorrer o primeiro turno do pleito presidencial — o segundo turno está marcado para janeiro de 2017. No entanto, os parlamentares não se reuniram para tratar da questão e o mandato de Privert chegou ao fim.
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O presidente da Câmara dos Deputados do Haiti, Cholzer Chancy, criticou o impasse na legislatura durante uma entrevista. “Somos 92 deputados e 22 senadores. Por que não podemos comparecer e decidir como nós iremos continuar a governar o país?”, disse Chancy a uma emissora de rádio local.
Nesta terça-feira, cerca de 1.000 manifestantes fizeram uma passeata na capital Porto Príncipe para pedir a permanência de Privert, posição defendida por parte dos parlamentares.
O primeiro-ministro, Enex Jean Charles, se encontra à frente do governo até que o Parlamento vote sobre qual será o futuro imediato da Presidência haitiana. Não está claro se os parlamentares irão se reunir para tratar sobre a vacância da Presidência, nem se será atingindo um quórum em sessão na Assembleia Nacional nesta quarta-feira.