Em entrevista realizada nesta segunda-feira (09/10), o porta-voz do Hamas, Ali Barakeh, afirmou que o movimento de resistência palestina não contou com nenhum tipo de apoio externo para a realização do ataque sem precedentes realizado no último sábado (07/10), contra territórios que deveriam pertencer aos palestinos, mas que estão sendo ocupados há anos por colonos israelenses.
A declaração incluiu uma ênfase aos casos do grupo nacionalista islâmico Hezbollah e do governo do Irã.
Barakeh concedeu a entrevista ao jornal israelense The Times of Israel, na cidade de Beirute, capital do Líbano, onde vive como exilado. Apesar de morar no mesmo país que é a base de operações do Hezbollah, o porta-voz do Hamas garantiu que não houve nenhum tipo de articulação entre as duas organizações no planejamento do ataque.
“Poucas pessoas tinham conhecimento sobre essa ofensiva, e um grupo ainda menor sabia quando ela iria acontecer. Eu mesmo não tinha essa segunda informação. Apenas os principais comandantes sabiam quando seria a hora zero”, comentou.
Segundo o porta-voz palestino, “nós esperávamos obter resultados limitados com os ataques, mas fomos surpreendidos por um grande colapso das Forças de Segurança de Israel”.
No entanto, Barakeh não descartou a possibilidade de tanto o Hezbollah quanto o Irã colaborarem com o Hamas em futuras ofensivas.
Ali Barakeh / X
Porta-voz do Hamas, Ali Barakeh afirma que poucos comandantes participaram do planejamento da ofensiva
“Esperamos contar com toda a ajuda possível na hipótese de uma batalha contra a aniquilação de Gaza”, afirmou.
Tel Aviv e Teerã trocam acusações
As palavras de Barakeh não produziram nenhuma mudança na narrativa do governo israelense, que insiste em envolver pelo menos o governo do Irã aos ataques do Hamas.
Segundo o The Times of Israel, uma fonte governamental israelita teria dado informações sobre uma possível pressão iraniana ao Hamas. A fonte teria acrescentado que essa pressão iraniana também foi imposta ao Hezbollah, para que aceitasse ajudar o movimento palestino em sua luta.
Logo, foi a vez de Teerã desmentir Tel Aviv. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse que “os apoiadores do regime sionista (Israel) têm espalhado rumores nos últimos dois ou três dias sobre algum tipo de ajuda entregue pelo Irã aos palestinos, o que é mentira”.
“É claro que defendemos a Palestina. Todo o mundo islâmico deve apoiar os palestinos neste momento, mas isso não quer dizer que estamos presentes nessa luta”, completou o líder iraniano.
Com informações do The Times of Israel.