A ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o empresário Donald Trump saíram neste sábado (20/02) fortalecidos em suas candidaturas presidenciais após o caucus democrata em Nevada e a primária republicana na Carolina do Sul.
As primárias republicanas no estado sulista fizeram, além disso, que o ex-governador da Flórida Jeb Bush decidisse suspender sua campanha após seus maus resultados em Iowa, New Hampshire e hoje na Carolina do Sul, onde ficou em quarto sem conseguir sequer 8% dos votos. Com resultado, Trump obteve 44 delegados.
Agência Efe
Caucus democrático em Nevada aconteceu neste sábado
Na disputa democrata em Nevada, e com 89% da apuração realizada, Hillary ficou com a vitória após receber 52,6% de apoio contra 47,3% do senador por Vermont Bernie Sanders. Com votação, ela obteve 19 delegados e Sanders, 15.
No cômputo nacional, Hillary tem 502 delegados (incluindo 451 super delegados) e Sanders, 70. Para ser declarado vencedor, os democratas precisam de um total de 2.383 representantes. Já do lado republicano, Trump tem 61 delegados, Ted Cruz, 11 e Rubio, 10. Para vencer, são necessários 1.237 representantes.
O protagonista da noite, no entanto, foi Jeb Bush, que, emocionado, declarou estar desistindo da campanha. O irmão do ex-presidente George W. Bush nunca conseguiu liderar as pesquisas, sempre atrás de rivais como Trump, Cruz e Rubio, apesar do enorme aporte financeiro com o qual contava.
Corrida democrata
A vitória de Hillary em Nevada, um Estado no qual partia como favorita, foi, no entanto, apertada e refletiu a recuperação de Sanders, que as pesquisas antecipavam nos últimos dias.
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Hillary comemorou vitória ao lado do esposo e ex-presidente Bill Clinton
Na corrida eleitoral democrata, as primárias de Nevada eram uma parada simbólica, já que ao contrário de Iowa, onde Hillary venceu por diferença mínima, e New Hamphsire, onde Sanders ganhou com comodidade, o estado tem maior diversidade e tem, por exemplo, mais de 25% de sua população é de origem latina.
Em seu discurso após a vitória, Hillary afirmou que “os americanos têm direito de ficarem zangados, mas também famintos de soluções de verdade”. “Alguns podem ter duvidado de nós, mas nós nunca duvidamos de nós mesmos”, disse, em discurso para seus eleitores no hotel Caesars Palace de Las Vegas.
Sanders reconheceu a vitória de Hillary, mas expressou sua esperança de poder mudar a situação na Super Terça do dia 1º de março, quando são realizados os caucus em Alabama, Arkansas, Colorado, Geórgia, Massachusetts, Minnesota, Oklahoma, Tennessee, Texas, Vermont (seu Estado) e Virgínia.
A primária seguinte dos democratas será na próxima terça-feira (23/02) na Carolina do Sul, um estado no qual Hillary conta com uma sólida vantagem, segundo as pesquisas.
Corrida republicana
Quanto à luta para ser o candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump reforçou suas chances ao obter na Carolina do Sul sua segunda vitória consecutiva após ter ganhado anteriormente em New Hampshire.
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Com a apuração em 99%, Trump venceu com folga (32,5% dos votos) seguido do senador de origem cubana pela Flórida Marco Rubio (22,5%) e o também senador de ascendência cubana pelo Texas Ted Cruz (22,3%).
Muito atrás ficaram os pré-candidatos Jeb Bush (7,8%), John Kasich (7,6%) e Ben Carson (7,2%).
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Trump comemorou ao lado da esposa e filha
Trump se apresentou exultante a seus eleitores após a vitória na Carolina do Sul, um Estado conservador e com uma notável presença de população negra, e afirmou que “não é nada fácil ser candidato a presidente, é ruim, é desagradável, é cruel, mas é maravilhoso”.
Cantado por seus seguidores, Trump voltou a gritar uma das frases que transformou em lema de sua campanha: “Vamos construir o muro (na fronteira com o México), e quem vai pagá-lo?”, para que seus eleitores dissessem ao uníssono: “México”.
Marco Rubio, por sua vez, afirmou que “este país está pronto para uma nova geração de conservadores” que guie os Estados Unidos no século XXI, e que a disputa republicana ficou reduzida a uma luta entre três: Trump, Cruz e ele.
Já Ted Cruz ressaltou em seu discurso público que é o “único” candidato republicano “que ganhou e pode ganhar de Donald Trump”, em referência a sua vitória no caucus de Iowa.
A próxima votação republicana será também na terça (23/02) em Nevada, onde Trump é de novo favorito, segundo as pesquisas.
Delegados
Durante as chamadas primárias, os candidatos dos partidos Republicano e Democrata devem conseguir os números de delegados necessários para garantir sua indicação à candidatura à presidência. O pleito acontece em 8 de novembro.
De fevereiro e até meados de junho, um total de 35 jurisdições (estados e territórios) realizarão primárias propriamente ditas, outras 13 promoverão o chamado sistema de caucus, e oito usarão procedimentos mistos.
Em todas essas votações, os candidatos presidenciais tentam conseguir o maior número possível de delegados que depois comparecerão às convenções dos partidos, que neste ano estão marcadas para julho – primeiro a republicana, na cidade de Cleveland (Ohio), e depois a democrata, na Filadélfia (Pensilvânia).
Segundo os dados fornecidos pelo DNC (Comitê Nacional Democrata), espera-se que haja um total de 4.764 delegados na convenção deste ano. Deste total, os dois aspirantes à indicação, Hillary Clinton e Bernie Sanders devem ganhar o apoio de pelo menos 2.383 (50% mais um) para garantir a vitória.
(*) com Agência Efe