Vincenzo Bellini, um dos maiores compositores do ‘bel canto’ do século XIX, dotado de especial dom para criação de melodias vocais e ao mesmo tempo puro no estilo e sensível na expressão, morre em Puteaux, perto de Paris, em 23 de setembro de 1835, aos 33 anos. Sua influência se refletiu não somente em óperas posteriores mas também nas primeiras obras de Richard Wagner e na musica instrumental de Chopin e Liszt.
Maria Callas interpreta 'Casta Diva', da ópera Norma:
Nascido em Catânia, em 1801 no seio de uma família de músicos, Bellini compôs seus primeiros trabalhos enquanto estudante no Conservatório de Nápoles. Um de seus mestres foi Nicola Zingarelli, que o estimulou ao estudo dos clássicos e o gosto pela melodia simples e expressiva, sem artifícios nem filigranas.
Sua primeira ópera encenada em Nápoles em 1825 atraiu o interesse do agente Domenico Barbaja, quem alavancou sua carreira musical. Entre 1825 e 1826, compôs Bianca e Fernando, primeiro grande sucesso, levada à cena no Teatro San Carlo de Nápoles com o título retocado para Bianca e Gernando para não ofender o príncipe Fernando de Bourbon. Recebeu de Barbaja encomenda para outra no ano seguinte, 1827, para ser encenada no Teatro alla Scala de Milão. Bellini deixa Nápoles e Maddalena Fumaroli, a moça de quem se enamorou e com quem não pôde se casar devido à oposição do pai.
No Alla Scala, com Il Pirata (1827) e La straniera (1829), obtém clamoroso sucesso e conquista em pouco tempo fama internacional. A imprensa milanesa reconhecia em Bellini o único operista italiano capaz de se ombrear com Gioachino Rossini: um estilo pessoal, baseado na harmonia entre música e libreto, primando pelo canto expressivo em vez do floreado.
Montserrat Caballe canta Il Pirata:
As árias de Bellini e a vivacidade de Rossini conferiram à ópera uma era de lirismo. Consolidou seu estilo em outras 8 óperas: Os Capulleti e os Montecchi (1830), tiveram grande sucesso. Com La Sonnambula (1832), criou para a protagonista, um papel de soprano que se tornou muito popular. Norma (1831), uma obra-prima, é das mais apreciadas e a parte da personagem-título representa ainda hoje um teste de virtuosismo para um soprano dramático. A última ópera, outra obra-prima, I Puritani, foi escrita para o Teatro degli Italiani em Paris.
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Guinada
A guinada decisiva na carreira e na arte do musicista catanês coincide com sua partida para Paris. Na capital francesa, entrou em contacto com alguns dos mais expressivos compositores como Chopin e sua linguagem musical plena de colorido e soluções novas, embora mantendo intacta a inspiração melódica de sempre. Para demonstrar gratidão ao país que o acolhera, Bellini dispôs-se a compor uma ópera em francês, contudo sua carreira e sua vida foram interrompidas aos 33 anos por uma infecção intestinal provavelmente contraída no começo de 1830.
Bellini foi sepultado no cemitério Père Lachaise em Paris, onde permanceu por cerca de 40 anos, vizinho de Chopin e Cherubini. Em 1876, seus restos foram trasladados para o Domo de Catânia. Sua tumba foi esculpida por Giovanni Tassara, enquanto o monumento que se encontra na cidade é obra de Giulio Monteverde.
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